O Bradesco aceitou a proposta do Sindicato e da Contraf-CUT de não incluir funcionário afastado pelo INSS no programa de reabilitação profissional. Além disso, prometeu que irá estudar a sugestão de compartilhar o processo de reabilitação com entidades de defesa dos trabalhadores.
O anúncio ocorreu nesta sexta-feira 5, em reunião entre representantes das entidades sindicais e o banco. O programa de reabilitação profissional faz parte da Campanha de Valorização dos Funcionários e está na pauta de reivindicações dos bancários.
Na reunião, os dirigentes sindicais apresentaram propostas a partir das premissas que o banco havia previamente definido. Uma das principais exigências do movimento sindical foi atendida – os funcionários afastados pelo INSS e que, de acordo com o que determina a CLT estão com o contrato de trabalho suspenso, não serão o foco do programa, que deverá se ater só ao bancário que estiver retornando às suas funções.
O secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Walcir Previtale, explica que o afastado já conta com o programa de reabilitação do INSS. “Quando retorna ao trabalho, ele pode apresentar algumas restrições em suas funções. O programa de reabilitação do banco deve se voltar a esse funcionário que está retornando ao trabalho e que ainda pode apresentar problemas de saúde”, disse.
Gestão compartilhada – O Bradesco havia definido como premissa uma equipe multiprofissional para dar suporte médico ao profissional reabilitado, a fim de avaliar e adequar as condições do posto de trabalho e supervisionar e aprovar os locais para os quais os reabilitados serão deslocados.
As entidades sindicais reivindicaram o acompanhamento da formação dessa equipe, bem como a gestão compartilhada de todo o programa, propostas que serão avaliadas pelo banco.
Retorno progressivo – Outro ponto discutido foi a maneira como o bancário afastado será reinserido no ambiente de trabalho. Na reunião, o movimento sindical sugeriu um retorno progressivo, pois, segundo Walcir, muitas vezes o funcionário que está voltando ainda não se encontra em plenas condições de exercer a totalidade das funções que lhe competiam antes de se afastar.
“Às vezes, o bancário ainda está em recuperação e não consegue manter o mesmo ritmo de trabalho que tinha antes adoecer e se afastar, ou precisa fazer fisioterapia no horário de trabalho, por exemplo. Por isso, queremos que o banco aplique o retorno progressivo do trabalhador até sua recuperação total”, salientou o diretor da Contraf-CUT, acrescentando que o Bradesco prometeu avaliar a questão.
Isolamento – Na reunião também foi manifestada a preocupação dos bancários com práticas que podem prejudicar psicologicamente a reabilitação do profissional. “Chegam a nós denúncias de que, ao retornar do afastamento, acabam sendo isolados pelos superiores e colegas, ou, ainda, têm suas funções, ou mesmo seus espaços físicos de trabalho, como mesa e computador, retirados. Manifestamos hoje nossa preocupação quanto a essas questões”, enfatizou a diretora da Contraf-CUT e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Elaine Cutis.
Novas reuniões foram agendadas para continuar discutindo a reabilitação profissional, nos dias 24 de julho e 7 de agosto.