A Contraf-CUT, em
parceria com o Dieese, abriu nesta segunda-feira (3) o curso de
formação “Terceirização: desafios à ação sindical”,
no Hotel Atibainha, em Atibaia (SP). O curso vai até sexta (7) e
conta com 30 participantes oriundos de 17 sindicatos e federações
de todo país.
O Sindicato de Pernambuco participa do curso
com o diretor João Marcelo Lopes. “O curso é bastante
interessante e o objetivo é nos capacitar ainda mais para
enfrentarmos os problemas da terceirização, que atinge todos os
bancos. Esperamos que ao final do curso a gente possa ter mais
ferramentas para proteger os bancários desse mal que precariza o
emprego, os salários e as condições de trabalho”, comenta João
Marcelo.
Para William Mendes, secretário de formação da
Contraf-CUT, o curso ocorre num momento delicado, quando o projeto de
lei (PL) 4330, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), tramita
rapidamente no Congresso Nacional. “É fundamental que as entidades
sindicais busquem especialização, a fim de reforçar a mobilização
da CUT e da sociedade contra essa proposta de regulamentação do
trabalho, que é nociva e prejudicial à classe trabalhadora”,
alerta William.
“Por isso, queremos formar especialistas
e multiplicadores, com a visão de contribuir em todos os espaços de
formulação, debates, representação pública e, principalmente, de
ações práticas, locais, regionais e nacionais para enfrentar a
terceirização e a precarização do trabalho”, salienta o
diretor da Contraf-CUT.
O curso abordará história,
conceitos, impactos da adoção da terceirização pelas empresas,
principalmente pelos bancos, abordando as questões legais,
normativas existentes e a realidade prática. “Ao final do curso
será traçado conjuntamente um plano de ação sindical para dar
conta de todos os desafios apresentados”, ressalta
William.
Importância da formação sindical – A
Contraf-CUT tem trabalhado para se aproximar cada vez mais dos
sindicatos e oferecer condições para a formação de novas
lideranças e para que a ação sindical seja cada vez mais
qualificada. Para isso, vem investindo significativos recursos na
formação sindical, por meio de módulos formativos, elaboração de
documentos que servem como subsídios, como os Cadernos Contraf-CUT,
e mais recentemente com a promoção de cursos de especialização em
temas atuais relevantes para a categoria e a classe trabalhadora.
O
foco na formação sindical e política dos dirigentes sindicais na
estrutura da Contraf-CUT abrange hoje tanto o viés classista quanto
o corporativo. O conceito é o de formação permanente, seguindo a
Política Nacional de Formação da CUT, e busca aliar um percurso
formativo que congrega os cursos classistas da Rede Nacional de
Formação da CUT com os cursos oferecidos pela própria
Confederação, estes mais focados nos desafios enfrentados na
organização e representação do ramo financeiro.
“Acreditamos
que dirigentes sindicais (homens e mulheres) precisam se especializar
para ter uma ação mais incisiva na sociedade, nas disputas de
hegemonia que se apresentam, bem como na representação da classe
trabalhadora, nos espaços de negociação coletiva, criando assim um
processo rico e participativo de construção coletiva”,
enfatiza William.
O capital é organizado e os banqueiros,
mais ainda. “Por isso os trabalhadores devem ter organização
ainda maior para atingir seus objetivos”, conclui o diretor da
Contraf-CUT.