Confira reportagem sobre estresse pós-traumático com diretor do Sindicato


está disponível a versão digital do programa “Ser Saudável”
que tratou sobre o estresse pós-traumático (confira).
Exibida no sábado, 25 de maio, pela TV Brasil – emissora da
Empresa Brasileira de Telecomunicações –, a reportagem teve entre
os protagonistas o diretor do Sindicato João Marcelo Lopes.
Bancário do Itaú, ele desenvolveu o transtorno em 2002, após um
assalto a agência em que
trabalhava.

A outra
personagem da matéria é a servidora pública Eliziane Azevedo, que
passou a sofrer da doença após uma pane em um avião. Também
falaram sobre o assunto o psiquiatra José Waldo Câmara e o
psicólogo Christian Haag.

Conta João Marcelo que, durante o
assalto, se manteve calmo, mas depois de algumas horas entrou em
pânico. Não sabia onde estava, se sentia desorientado e, quando via
pessoas com roupas parecidas com a dos assaltantes, começava a
tremer. Passou o fim de semana chorando e, na segunda, não estava em
condições de voltar ao trabalho. Quando tentava dormir, ouvia
barulho de tiros e acordava. Não conseguia comer e sentia pavor da
ideia de sair de casa.

Na época, procurou
oSindicato
e um médico, que
diagnosticou o Transtorno do Estresse Pós-Traumático. João ficou
afastado do trabalho por um longo tempo; sempre que retornava,
precisava tirar novos laudos de saúde. Ainda faz tratamento com
medicamentos para o transtorno, mas hoje já consegue falar sobre o
assunto.

A
doença
Relatório de doenças ocupacionais elaborados pelo Sindicato no ano
passado mostra um crescimento assustador no número de doenças
psíquicas relacionadas ao trabalho. Foram 43 bancários afastados em
Pernambuco com transtornos
metais em 2012, um crescimento de 116% em seis anos. “E vale
ressaltar que aí estão computadas apenas os casos que tiveram CAT
(Comunicação
de Acidente de Trabalho)
expedida pelo Sindicato. Este número é muito maior”, afirma o
secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trindade.

Segundo
dados da Previdência Social, os auxílios-doença, previdenciários
e acidentários, concedidos a trabalhadores por causa de depressão
ou transtornos depressivos recorrentes aumentaram, em média, 5% nos
últimos cinco anos, superando 82 mil ocorrências anuais. Os
bancários estão entre as categorias mais afetadas.

Entre os
transtornos psíquicos mais comuns para os trabalham no sistema
financeiro está o estresse pós-traumático, fruto da insegurança
nas agências bancárias. Seus sintomas incluem, segundo o Ministério
da Saúde, episódios de repetidas revivescências do fato
desencadeador do estresse, que podem ser acompanhados por medo,
pânico ou agressividade; sensação persistente de entorpecimento ou
embotamento emocional; diminuição do envolvimento ou da reação ao
mundo; rejeição a atividades e situações que lembram o episódio
traumático.

O trabalhador também pode permanecer em estado
de excitação, hipervigilância, reações exacerbadas a estímulos,
insônia, ansiedade e depressão, bem como ideação suicida.

De
acordo com o Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde
sobre Doenças Relacionadas ao Trabalho, do Ministério da Saúde, o
estresse pós-traumático pode surgir dias ou até seis meses após o
trauma. “Por isso, sempre que acontece algum assalto, a gente faz
questão de cobrar a emissão da CAT, mas o banco recusa-se a fazê-lo
e o Sindicato é quem acaba emitindo o documento. Ele é a garantia
de que, caso futuramente o bancário venha a sofrer o transtorno, ele
será configurado como acidente de trabalho”, explica Wellington.

Expediente:
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