Congresso dos Funcionários do BNB aprova pauta específica

Depois de dois dias de
intensos debates, os funcionários do Banco do Nordeste do Brasil
(BNB) encerraram neste sábado, dia 25, seu 19º Congresso Nacional
com a aprovação da pauta de reivindicações específicas que será
entregue à direção da empresa. O evento, realizado em Teresina, no
Piauí, reuniu mais de uma centena de bancários de todo o país.
Pernambuco foi representado por Fernando Batata, Rubens Nadiel,
Ricardo Vaz Bezerra, Cristiane Ferreira da Silva, Liriana, Lázaro
Marcos Gonçalves e Eliezer José de Souza.

Segundo o diretor
do Sindicato, Fernando Batata, entre as principais reivindicações
dos bancários do BNB, definidas no Congresso, estão a revisão do
PCR (Plano de Cargos e Remunerações), isonomia de direitos, fim do
assédio moral e melhorias na Capef e Camed. “Também elaboramos um
calendário de mobilizações, que prevê a realização de dias
nacionais de luta pelo menos uma vez por mês. Temos de pressionar o
banco, porque há em nossa pauta antigos problemas que o BNB não
resolveu até agora”, explica.

Os funcionários aprovaram
ainda a manutenção do BNB na mesa única de negociação da
Campanha Nacional dos Bancários e o modelo de luta pela valorização
do piso com aumento real de salários. “Também vamos intensificar
a luta pela eleição de diretores executivos na Camed e na Capef.
Queremos, ainda, mais cursos presenciais para aperfeiçoamento
profissional, o fim da coparticipação dos funcionários na Camed, e
o fim da terceirização, com a convocação de novos concursados.
Vamos cobrar do banco, também, a realização da eleição de um
Conselheiro Administrativo Representante dos Funcionários”, conta
Batata.

Para o vice-presidente da Contraf-CUT (Confederação
Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Carlos de Souza, o
Congresso Nacional dos Funcionários do BNB foi o melhor dos últimos
anos. “Foi um encontro plural, com a participação de todas as
correntes do movimento sindical e delegados de todos os estados do
Nordeste, privilegiando a unidade nacional”,
destacou.

Fortalecimento do BNB – Durante
o Congresso, que começou na sexta-feira, dia 24, os bancários
debateram os desafios e as
perspectivas do
BNB enquanto banco público. As discussões foram pautadas pela
importância do BNB para o desenvolvimento do
Nordeste.

Segundo Carlos Sousa, com o advento do projeto
neoliberal, os bancos públicos, incluindo o BNB, sofreram um
agressivo ataque de destruição, com sucateamento e redução
drástica da categoria. “Quem ficou, enfrentou perseguição,
retirada de direitos e congelamento de salários, entre outras
mazelas. O objetivo era minar os bancos públicos para facilitar os
processos de privatização e vários companheiros chegaram a cometer
suicídio por não suportarem as demissões e o processo de terror”,
comentou o dirigente da Contraf-CUT.

O BNB terminou a década
de 90 com pouco mais de três mil funcionários, com rumores de ser
vendido e sem a mínima perspectiva. Por fim, minaram a Caixa de
Previdência, que hoje prejudica seriamente os funcionários da ativa
que atualmente não têm como se aposentar, pois teriam seu salário
reduzido em até 60%.

Os bancários criticaram, ainda, o
processo de reestruturação recentemente implantado pela direção
do banco, de forma unilateral. “Os trabalhadores não têm culpa
se o banco quer agora mudar uma estrutura voltada para o
clientelismo, fato que ele mesmo criou. Se quer mudar, ótimo, mas
não com o chicote nas costas dos trabalhadores”, afirmou Carlos de
Souza.

Gestão ética Os participantes
aprovaram também a luta pelo afastamento dos quatro diretores da
gestão Roberto Smith, alvos de denúncias de práticas de
irregularidades; a reivindicação por avaliação diferenciada do
BNB pelo Sistema Financeiro Nacional, em decorrência também de sua
atuação diferenciada; além de aprovar moção de repúdio contra a
terceirização ilegal no banco. Desta forma, o funcionalismo debateu
a necessidade de uma gestão ética e a apuração de irregularidades
que ocorreram no banco nos últimos anos.

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