A Caixa Cultural Recife apresenta, de 21 a 26 de maio de 2013, a 2ª Mostra Cinema Português Contemporâneo. A mostra, que em 2013 integra as comemorações do Ano de Portugal no Brasil, traça um panorama da produção recente de Portugal. Serão exibidos 19 filmes realizados entre os anos de 2000 e 2012, curtas e longas-metragens premiados em diversos festivais internacionais. Além disso, a mostra fará uma homenagem ao diretor português Fernando Lopes, falecido em 2012. Após Recife, o evento segue para o Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, de 24 de maio a 6 de junho, e para a Caixa Cultural São Paulo, de 16 a 28 de julho de 2013.
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Cena do filme A cara que mereces, a ser exibido na mostra. Foto: A cara que mereces/Divulgação |
A curadoria do evento selecionou sete curtas e 12 longas-metragens, que enfatizam ainda mais uma característica fundamental desta cinematografia: a sua diversidade e liberdade criativa, fugindo de concessões e convenções comerciais, no que tange a seus aspectos estéticos, formais e até temáticos. Serão exibidos documentários, filmes de ficção, animação e experimentais, tanto de cineastas consagrados, como de cineastas jovens. Os filmes selecionados pretendem dar a conhecer ao público brasileiro obras contemporâneas, por vezes menos vistas destes autores. Primeiras obras ou filmes que marcaram definitivamente a história do cinema português recente, como Branca de neve, de João César Monteiro, Filme do desassossego, de João Botelho, O fantasma, primeiro longa-metragem de João Pedro Rodrigues ou A cara que mereces, também o primeiro longa de Miguel Gomes, entre outros.
Os cineastas portugueses João Botelho e Pedro Filipe Marques já confirmaram que vêm ao Recife para a exibição de seus filmes, Filme do desassossego (ficção baseada na obra de Fernando Pessoa) e A nossa forma de vida (documentário premiado no Cinema du Réel, França), respectivamente. João Botelho, um experiente diretor português, já realizou mais de 20 longas, muitos deles apresentados nos principais festivais de cinema do mundo. Pedro Filipe Marques, montador que já trabalhou entre outros com Pedro Costa, Margarida Cardoso e Sérgio Tréfaut, vem apresentar o seu primeiro longa-metragem.
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Cena do filme Filme do desassossego, a ser exibido na mostra. Foto: Filme do desassossego/Divulgação |
Como forma de aproximar o cinema português do cinema brasileiro, alguns filmes serão apresentados por críticos e/ou diretores brasileiros. “Sob o olhar de…” é uma rúbrica onde se pretende estabelecer um diálogo entre o cinema brasileiro e o cinema português. Para essas sessões estão confirmadas as presenças do crítico Luiz Soares Júnior, que apresenta Branca de neve, de João César Monteiro, e do Cineclube Dissenso, que apresenta É na terra não é na lua, de Gonçalo Tocha.
Além disso, será feita uma homenagem a Fernando Lopes, figura incontornável desta cinematografia, e um dos nomes de referência do Cinema Novo português. Com uma carreira de mais de 50 anos, Fernando Lopes produziu até o final da sua vida. Na mostra, serão apresentados dois de seus filmes mais importantes: Belarmino (1964) e Uma abelha na chuva (1972).
“O objetivo da mostra Cinema Português Contemporâneo é ser um espaço anual do cinema português no Brasil, dando a conhecer ou a rever uma seleção de filmes portugueses de grande qualidade, mas pouco exibidos no Brasil”, afirmam os diretores e curadores da mostra Carolina Dias e José Barahona.
A programação inclui também o lançamento de um catálogo com informações sobre todos os filmes apresentados.
Serviço:
2ª Mostra Cinema Português Contemporâneo
Local: CAIXA Cultural Recife – Teatro
Endereço: Avenida Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife
Telefone: (81) 3425-1900
Datas: de 21 a 26 de maio de 2013
Horários: Consultar programação
Ingressos: R$ 2,00 e R$ 1,00 (além dos casos previstos em lei, clientes Caixa pagam meia)
Classificação: Consultar programação
Acesso para pessoas com deficiência
Confira a sinopse dos filmes da mostra:
LONGAS
A arca do Éden, de Marcelo Félix
Doc., 80 min, 2011
A arca do Éden é uma viagem em vários tempos. Uma viagem de salvamento (de uma floresta com todas as plantas existentes, ameaçada de extinção; de um conhecimento do mundo e das maneiras de o lembrar; de imagens quase perdidas que têm de ser descobertas e restauradas), cuja imensidão os seus protagonistas vão percebendo à medida que enfrentam a sua complexidade. Uma viagem feita de presente e de memórias: onde relances de histórias esquecidas e precárias visões contemporâneas participam de uma mesma luta contra o tempo.
Prêmios:
Melhor Filme Sobre Arte – Festival TEMPS D’IMAGES, Lisboa, 2011;
Melhor Filme – MOVE CINE ARTE, Monte Verde, Brasil, 2012
A cara que mereces, de Miguel Gomes
Ficção, 108’, 2004
Francisco, comporta-te! Bem sei que hoje fazes 30 anos, que é carnaval e que vestes de cowboy na festa do colégio, cercado por miúdos que detestas. Controla-te, rapaz…! Não vês que assim já não te aturam? E depois, como é que é? Partes a cabeça, vais para o hospital, ficas com sarampo e já não tens ninguém para tratar de ti… Como à Branca de Neve, davam-te jeito sete anões… Francisco, repete comigo: “Até aos trinta anos tens a cara que Deus te deu, depois tens a cara que mereces”.
Prêmios: Prêmio de Melhor Fotografia para um filme português, Prêmio da Crítica – IndieLisboa 2004; Menção Honrosa – Festival de Cinema da Covilhã 2004
A nossa forma de vida, de Pedro Filipe Marques
Doc., 91min, 2011
Na cauda da Europa, oito andares acima d’água, o casamento entre o eterno proletário Armando e a dona de casa Maria Fernanda sobrevive há 60 anos. Como parceiros do mesmo crime, a partilha das suas visões do mundo transforma o quotidiano de um país em decadência económica numa breve comédia da vida. Num filme com a forma de igloo, estes guardiões do passado, deixam o mundo dos mass media inundar a sua torre de controlo, desenhando um retrato no presente da experiência da classe trabalhadora Portuguesa.
Prêmios
Melhor Primeira Obra – DocLisboa 2011
Menção Especial do Júri do Prêmio Joris Ivens – Cinéma du Réel 2012
Menção Especial do Júri – Documenta Madrid 2012
Grande Prêmio do Festival, Cidade de Coimbra; Prêmio para o Melhor Realizador; Prêmio D. Quijote, FICC/IFSS do Júri Internacional e dos Cineclubes – Caminhos do Cinema Português 2012
Extra Muros Award – 7th PRAVO LJUDSKI Film festival 2012 (Sarajevo, Bosnia Hersegovina)
A vingança de uma mulher, de Rita Azevedo Gomes
Ficção, 2011, 100min.
Roberto é um dandy! É um ser impassível, indecifrável e daí, enigmático. Goza do prazer aristocrático de causar espanto. Das mulheres, que conhece em todas as variedades da sua espécie e raça, já nada o pode espantar. A verdade é que Roberto sente o profundo tédio de quem esgotou todos os prazeres e encantos desta vida. No entanto…
Uma certa noite, deixa-se tentar por uma mulher que o intriga e lhe lembra alguém… Nessa noite, de descida aos céus e de subida aos infernos, essa mulher escancara-lhe o suplício da vida que é agora a sua. E, no meio de terríveis prazeres, Roberto entrevê o sublime do horror em que, obstinadamente, aquela mulher mergulhou.
Sai dali fechado sobre si mesmo, marcado pela visão de um certo amor que, afinal nunca viveu.
Prêmios
Melhor Filme de Ficção – XIX Cinesul Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo Rio de Janeiro, 2012
Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino – Caminhos do Cinema Português Coimbra, Potugal, 2012
Alice, de Marco Martins
Ficção, 102min, 2005
Passaram 193 dias desde que Alice foi vista pela última vez. Todos os dias Mário (Nuno Lopes), o seu pai, sai de casa e repete o mesmo percurso que fez no dia em que Alice desapareceu. A obsessão de a encontrar leva-o a instalar uma série de câmaras de vídeo que registam o movimento das ruas. No meio de todos aqueles rostos, daquela multidão anónima, Mário procura uma pista, uma ajuda, um sinal… A dor brutal causada pela ausência de Alice transformou-o numa pessoa diferente mas essa procura obstinada e trágica, é talvez a única forma que ele tem para continuar a acreditar que um dia Alice vai aparecer.
Prêmios
Prêmio Regards Jeunes – Melhor Filme da Quinzena dos Realizadores – Festival de Cannes 2005;
Prémio Revelação e Melhor Actor (Nuno Lopes)%u2028- Festival de Cinema Luso-Brasileiro, (2005)
Melhor Realização, Melhor Fotografia e Prémio FIPRESCI para Melhor Filme – Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata, Argentina (2006)
Melhor Primeira Obra –%u2028Raindance Film Festival, Reino Unido (2006)
Prémio de Realizador Revelação –%u2028Festival Las Palmas, Espanha (2006)
Melhor Filme%u2028Globo de Ouro, Portugal (2006) – Melhor Actor (Nuno Lopes) e Melhor Filme –%u2028Coimbra Caminhos do Cinema Português (2006)
Melhor Realizador, Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Música –%u2028Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa (2006)
Melhor Longa-Metragem –%u2028Festival dos Cinemas do Mediterrâneo, Portugal (2006)
Angst, de Graça Castanheira
Documentário, 53′, 2010
Optando por uma narrativa extremamente pessoal, a cineasta portuguesa Graça Castanheira elabora uma reflexão sobre o estágio atual da humanidade. Analisa os impasses do desenvolvimento humano, da superpopulação ao risco de esgotamento do espaço disponível para a ocupação do planeta e dos estoques de energia disponíveis para o funcionamento da civilização como a conhecemos. Explora, ainda, as contradições de uma espécie sem predadores que se impôs sem conseguir até agora afirmar sua superioridade com um equilíbrio sustentável.
Prêmios
Prêmio Ulisse Melhor Documentário – Festival francês CINEMED
Menção Honrosa CineEco 2011 e o Prêmio da Juventude Universidade Lusófona,
Prémio de Melhor Documentário Troféu Andorinha Curta – Festival Cineport 2011
Branca de neve, de João César Monteiro
Ficção, 75’, 2000
“O soluço é a melodia da tagarelice walseriana. Revela-nos de onde vêm os seus preferidos. Da loucura, e de mais nenhuma parte. São personagens que atravessaram a loucura e é por isso que permanecem de uma superficialidade tão dilacerante, tão totalmente inumana, imperturbável. Se quisermos designar numa palavra o que têm simultaneamente de engraçado e terrível, podemos dizer: estão todos curados. Claro que não saberemos nunca qual foi o processo dessa cura, a menos que ousemos debruçar-nos sobre a sua Branca de Neve”.
Walter Benjamin
É na terra não é na lua, de Gonçalo Tocha
Doc, 185min, 2011
Um homem-câmara e um homem-som chegam à Ilha do Corvo, um rochedo de 17km2, uma cratera de vulcão e uma única vila de 440 pessoas. Gradualmente a equipa de rodagem é aceite como habitante, mais duas pessoas a juntar a uma civilização com quase 500 anos de vida mas com poucos registos e memória escrita.
Prêmios
Menção Especial do Júri na Competição Cineastas do Presente – Festival de Locarno (Suíça)
Grande Prêmio para melhor filme na competição internacional – Doclisboa (Portugal)
Prêmio Melhor Filme na competição “Cine del Futuro” – BAFICI (Argentina)
Prêmio “Golden Gate award for Best Documentary” – San Francisco International Film Festival (USA)
Prêmio Melhor Filme na competição “Documentários de Creaccion” – Documenta Madrid (Espanha)
Filme do desassossego, de João Botelho
Ficção, 120min, 2010
Lisboa, hoje. Um quarto de uma casa na Rua dos Douradores. Um homem inventa sonhos e estabelece teorias sobre eles. A própria matéria dos sonhos torna-se física, palpável, visível. O próprio texto torna-se matéria na sua sonoridade musical. E, diante dos nossos olhos, essa música sentida nos ouvidos, no cérebro e no coração, espalha-se pela rua onde vive, pela cidade que ele ama acima de tudo e pelo mundo inteiro. Filme desassossegado sobre fragmentos de um livro infinito e armadilhado, de uma fulgurância quase demente mas de genial claridade. O momento solar de criação de Fernando Pessoa. A solidão absoluta e perfeita do EU, sideral e sem remédio. Deus sou eu!, também escreveu Bernardo Soares.
Prêmios:
Melhor Filme e Melhor Ator (Cláudio da Silva) – SPA 2011 (Sociedade Portuguesa de Autores)
O barão, de Edgar Pêra
Ficção, 88min, 2011.
O barão, inspirado na obra de Branquinho da Fonseca, é um remake neuro-gótico dum filme fantasma, realizado durante a II Guerra Mundial. Proibido pelo Ditador por retratar um tiranete, um vampiro marialva que aterrorizava os habitantes duma região montanhosa.
A narrativa, expressionisticamente hipnótica, conduz o Inspector-Narrador-Espectador por uma natureza insólita até ao castelo do Barão. O barão é um camaleão emocional. Ora se apresenta dócil, ou irascível, um homem-javali, “uma pura besta”. Vive um amor aprisionado, dentro e fora de si. Um amor inatingível. Um ideal corrompido. Idalina, criada aristocrata paira pelo castelo. A sua esguia e esquiva figura perturba o Inspector. E o Barão. O Inspector é arrastado para uma noite sem contornos definidos. Figuras mitológicas irrompem no intervalo: uma Tuna escravizada, músicos encapuçados liderados por um maestro ciclope. Terror Castiço. Tudo se precipita.
O fantasma, de João Pedro Rodrigues
Ficção, 90’, 2000
Sérgio passa os dias entre um quarto alugado num hotel barato, sexo anônimo e o seu trabalho na recolha do lixo do setor norte de Lisboa. Ma suma noite os seus olhos se deparam com o fantasma dos seus sonhos, e ele acorda na obsessão do amor…
Prêmios:
Melhor Filme Estrangeiro, Festival de Belfort – Entrevues
Melhor Filme – New Festival, Nova York
Seleção official do Festival de Veneza
Palácios de pena, de Gabriel Abrantes e Daniel Schimdt
Ficção, 59’, 2011
Assombradas pelas suas próprias vidas sem rumo, duas raparigas pré-adolescentes reencontram-se quando estão de visita à avó doente. No meio das suas fantasias com um passado medieval – consumido pelo medo e pelo desejo – as duas raparigas sofrem uma transformação e enfrentam um legado de opressão. “O amor é, finalmente, um cruzamento de pernas, uma união de barrigas, um breve tremor de artérias, uma confusão de bocas, uma batalha de veias, um enrolar de coxas, quem disser o contrário é uma besta”. Gregório de Mattos (séc. XVII)
Prêmios
Melhor Filme de Ficção, Chicago Underground Film Festival, 2012
Prêmio Lawrence Kasdan Award para Melhor Filme de Ficção, Ann Arbour Film Festival, 2012
CURTAS
A piscina, de Iana Ferreira e João Viana
Portugal, 16’, 2004
A forma como atravessamos de uma só vez uma piscina pública faz lembrar a vida desde que nasce até ao fim.
Prêmios
Melhor Curta Metragem 2006ALCIMÉ – Festival International du Film d’Aubagne, France
Menção Especial pela qualidade da Fotografia Marché du Film Court – Clermont-Ferrand
Prêmio ASOLO per la sezione Film Sull’Arte – International Art Film Festival , Slovakia
Directo, de Luís Alvarães e Luís Mário Lopes
Portugal/ 13min. / 2010
Enquanto a empregada põe a mesa para jantar, um casal assiste em direto, pela televisão, a um assalto a um banco. Os assaltantes fizeram dois reféns e estão na mira dos snipers. Na sala, os celulares não param de tocar. O marido revela que é ele quem tem de dar a ordem para matar os assaltantes. Já nada pode travar a execução…
Prêmios
Melhor Filme – Festival de Cinema de Arouca, 2012
Grande Prêmio do Júri AMADIS – Fest’Afilm, Festival Intern. du Film Lusophone et Francophone de Montpellier – França, 2011
Prêmio Andorinha Curta-metragem – Melhor Ficção – Cineport, Brasil, 2011
Hope, de Pedro Sena Nunes
Portugal / Experimental /10min. / 2010
O encontro animal entre homem e mulher concebe a prisão aquática do desejo. A mulher entrega-se a uma existência sutil, graciosa. A fusão com aquilo que a natureza em si desperta fá-la desdobrar-se em novos mundos, mundos de fome, sobrevivência, lassidão; sublime realidade. Gera-se uma nova vida; move-se, respira, subsiste num lugar de ecos embrionários. O acordar do toque na matéria densa fá-la-á por fim confrontar-se com a sua própria efemeridade e o poder destrutivo da criação. O homem a aparecer e a desaparecer.
Prêmios
Vencedor Prêmio APMP – Prêmio Nacional Multimédia, Portugal, 2010
1º Prêmio Ensaio Multimédia – Festival Curtas Sadinas, 2010
1º Prêmio Mostra Cinema Português – Fantasporto, Portugal, 2011
Kali, o pequeno vampiro, de Regina Pessoa
Portugal/Canadá/França/Suiça, Animação, 9min, 2012
Esta é a história de um rapaz diferente dos outros, que sonha em encontrar o seu lugar ao sol.%u2028Tal como a lua passa por diferentes fases, também o Kali tem de enfrentar os seus medos e demónios interiores para, no final, encontrar a passagem para a luz.%u2028Um dia ele vai desaparecer… ou talvez seja apenas mais uma fase de mudança.
Prêmios
Hiroshima Prize – Hiroshima International Animation Festival, Japan
Prêmio Pixel Bunker para Melhor Curta Metragem Portuguesa – Menção Honrosa, Prêmio Onda Curta – IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema Independente, Portugal
Prêmio Canal Plus – Curtas Vila do Conde Festival Internacional de Cinema, Portugal
Special Prize of the Jury for Best Animation – Animanima International Animation Festival, Serbia
Menção Especial, Prémio Melhor Banda Sonora Original – Cinanima – Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho, Portugal
Adult Jury Prize – Animated Short Film – Chicago International Children’s Film Festival, USA
O nome e o N.I.M., de Inês Oliveira
Ficção, 25min, 2003
“O Exército Português recrutou mais uma vez milhares de cidadãos nacionais para cumprirem o Serviço Militar Obrigatório. Dá-lhes um Número de Identificação Militar (N.I.M.). Na tropa, ninguém se conhece pelo nome próprio. Às dez da noite as luzes vão abaixo nas camaratas. ‘Tás a ouvir? ‘Tás a ouvir ou não? Eu não te conheço de lado nenhum, mas para mim és como meu irmão”.
Prêmios
Grande Prêmio para a Melhor Curta Metragem 2004 – Premiers Plans, Festival d’Angers ,França;
Prêmio Vision Globale – Melhor Curta Metragem 2003 – Festival Int. Nouveau Cinéma Nouveaux Médias Montréal, Canada;
Prêmio Revelação (Curta Metragem) – 7º Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte
Melhor Curta Metragem (Competição Nacional) e Jameson Short Film Award 2003 – Festival Int. Curtas Metragens de Vila do Conde, Portugal
Os olhos do farol, de Pedro Sarazina
Animação, 15min, 2010
Numa ilha rochosa e exposta aos elementos, um faroleiro vive isolado com a sua filha. Do alto da sua torre o pai vela rigorosamente pelo horizonte e pela segurança dos barcos que passam. Sem outra companhia, a rapariga desenvolve uma cumplicidade única com o mar, que lhe traz brinquedos sob a forma de objectos que dão à praia. Ao ritmo das ondas, estes objectos desvendam acontecimentos antigos, memórias que as marés não conseguem apagar…
Prêmios
Melhor Animação – Lucas International Children’s Film Festival , Alemanha;
Melhor Curta Metragem CINEPORT – Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa, Brasil;
Melhor Curta do Mês de Junho, Melhor Animação 2011- Shortcutz Lisboa, Portugal;
Menção Especial Júri Curta-Metragem – AniMadrid Pozuelo de Alarcón – Comunidad de Madrid,
Rafa, de João Salaviza
Ficção, 20min, 2012
Às seis da manhã Rafa descobre que a mãe está detida pela polícia. Na mota de um amigo, cruza a ponte e vai a uma esquadra no centro de Lisboa para visitá-la e esperar pela sua libertação. As horas passam. E Rafa não quer voltar para casa sozinho.
Prêmios
Urso de Ouro Curtas – Festival de Berlim 2012
Prêmio Uppsala em Memória de Ingmar Bergman – Uppsala Int. Film Festival 2012
The Small Camera – 33rd Manaki Brothers Film Festival 2012
Melhor Curta Metragem Estrangeira – FIC Luanda 2012
Melhor Som – Janela Int. de Cinema de Recife, Brasil 2012
Homenagem a Fernando Lopes
Belarmino
74min, 1964
O retrato de um antigo lutador de boxe, Belarmino Fragoso, através das suas deambulações por uma Lisboa que já não existe. A solidão, o medo e a derrota cruzam-se num filme que baralha o documentário, a ficção e a entrevista num passeio por antigas salas de cinema e clubes nocturnos. Primeira longa-metragem de Fernando Lopes, com o apuro jazzístico de Manuel Jorge Veloso e a brilhante fotografia de Augusto Cabrita, este é um dos filmes-chave do Cinema Novo português.
Uma abelha na chuva
76min. 1972
Retrato social típico de um país isolado e pobre, vítima de uma ideologia totalitária. “Um universo rural imobilista e opressivo, quebrado por ausências, desencontros ou silêncios, incidindo sobre um casal – Maria dos Prazeres, Álvaro Silvestre. Relação conjugal de compromisso, que é estilhaçada pelo conflito latente das paixões, fraquezas e desejos recalcados”.
Adaptação do romance homônimo do escritor neo-realista Carlos de Oliveira. É uma das obras do Novo Cinema que, assimilando aspectos da linguagem dos vanguardistas franceses da Nouvelle Vague, se mantém na tradição da crítica social, iniciada no cinema português por Manuel Guimarães.