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Polícia Federal (PF) multou nesta quinta-feira (25) 18 bancos em R$
5,579 milhões por falhas na segurança de agências e postos de
atendimento bancário, durante a 96ª reunião da Comissão
Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), em Brasília.
As instituições financeiras foram punidas em processos abertos
pelas delegacias estaduais de segurança privada (Delesp), em razão
do descumprimento da lei federal nº 7.102/83 e de normas de
segurança.
As principais irregularidades cometidas pelos
estabelecimentos foram número insuficiente de vigilantes, alarmes
inoperantes, planos de segurança não renovados, transporte de
numerário feito por bancários, inauguração de agências sem plano
de segurança aprovado pela PF e cerceamento da fiscalização de
policiais federais, dentre outras itens. Houve também aplicação de
multas e penalidades contra empresas de segurança, vigilância,
transporte de valores e cursos de formação de vigilantes
O
campeão de multas foi o Banco do Brasil com R$ 2,130 milhões,
seguido pelo Santander com R$ 1,064 milhão, Itaú com R$ 876 mil,
Bradesco com R$ 776 mil, Caixa com R$ 315 mil e HSBC com R$ 150 mil
(veja
quadro abaixo).
A CCASP é integrada por representantes do governo, trabalhadores e
empresários. A Contraf-CUT representa os bancários. Já a Febraban
é a porta-voz dos bancos.
“Essas multas revelam que os
bancos seguem tratando com profundo descaso a segurança dos
estabelecimentos, na medida em que ainda hoje não cumprem uma
legislação que está completando 30 anos em 2013”, ressalta
Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa e representante da
Contraf-CUT na CCASP e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança
Bancária. “O BB, como maior banco público do país, devia ser
exemplo de zelo com a segurança, ao invés de ficar em primeiro
lugar na lista dos bancos mais multados”, critica o dirigente
sindical.
“A insegurança pode piorar com o horário
estendido que o Itaú está implantando em várias agências do país,
sem qualquer negociação com o movimento sindical, aumentando os
riscos para bancários, vigilantes e clientes”, denunciou
Ademir.
Recursos não faltam aos bancos para investir mais em
segurança. Segundo estudo do Dieese, os seis maiores bancos do país
lucraram R$ 51,3 bilhões em 2012, enquanto as despesas com segurança
e vigilância somaram R$ 3,1 bilhões, o que representa uma média de
6,1% em comparação com os lucros.
“Além de mais
investimentos dos bancos em segurança, esperamos que avancem os
debates com o governo sobre o projeto de lei do estatuto de segurança
privada, que visa atualizar a lei federal nº 7.102/83. Queremos uma
nova legislação federal que amplie equipamentos de prevenção
contra assaltos e sequestros, colocando a proteção da vida das
pessoas em primeiro lugar”, defende o dirigente da
Contraf-CUT.
Ao final da primeira reunião da CCASP em 2013, a
Contraf-CUT e a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV)
entregaram ao delegado Lucínio a 4ª Pesquisa Nacional de Ataques a
Bancos, elaborada pelas duas entidades, com apoio do Dieese, que
apontou um total de 2.530 ocorrências em 2012, entre assaltos e
arrombamentos, um crescimento alarmante de 56,89% em relação a
2011.
Veja
o montante de multas por banco:
Banco
do Brasil – R$ 2.130.454,83
Santander – R$ 1.064.715,05
Itaú
Unibanco – R$ 876.870,54
Bradesco – R$ 776.293,54
Caixa – R$
315.699,32
HSBC – R$ 150.749,98
Banestes – R$ 54.979,92
BMB
– R$ 47.885,56
Banrisul – R$ 46.114,90
BNB – R$ 35.471,77
BRB
– R$ 26.603,56
Intercap – R$ 14.187,65
Schain – R$
14.187,65
Citibank – R$ 10.642,06
Alfa – R$
10.642,06
Bonsucesso – R$ 3.902,05
Total – R$ 5.579.400,44