Os bancários do Banco
do Brasil realizam no próximo dia 30 um protesto contra o novo plano
de funções comissionadas da empresa, que tem prejudicado – e muito
– o funcionalismo. A manifestação será realizada às 10h, em
frente ao prédio do Banco do
Brasil, na avenida Rio Branco, no Recife Antigo, onde funciona a superintendência da empresa.

O protesto
foi definido nesta quinta-feira, dia 25, durante assembleia realizada
pelo Sindicato com os bancários do BB. A presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, conta que, além do ato, os bancários decidiram trabalhar no dia 30 com roupas pretas para mostrar a indignação contra o plano de funções. “E vamos continuar realizando reuniões nas unidades para esquentar a mobilização dos bancários e organizar a luta contra mais este ataque da direção do banco aos nossos direitos”, afirma Jaqueline.

Segundo o secretário-geral
do Sindicato, Fabiano Félix, a ideia era fazer uma greve de 24 horas
no dia 30, mas o banco distribuiu ameaças aos funcionários, que
optaram por um ato e pelo dia de preto em vez da paralisação.

“A truculência
da diretoria do Banco do Brasil parece não ter limites. Nesta
quinta-feira, data da nossa assembleia, o diretor de Relações com
Funcionários e Entidades Patrocinadas, Carlos Neri, publicou um
comunicado aos bancários com ameaças para quem fizer greve. Muitos
trabalhadores se sentiram constrangidos e nem compareceram à nossa
assembleia. Como havia poucas pessoas, preferimos optar por um
protesto, já que seria temerário um pequeno grupo de bancários
decidir por uma greve em nome de todos”, explica Fabiano.

No
comunicado, Carlos Neri convoca os bancários para votarem contra a
greve nas assembleias que estão sendo realizadas pelos sindicatos em
todo o Brasil. “O diretor, inclusive, escreve com todas as letras
que os grevistas terão falta injustificada e dá a entender que os
funcionários só têm o direito de paralisar seus trabalhos durante
a campanha salarial. Diz, ainda, que o banco vai acionar a Justiça
para evitar piquetes na frente das agências e departamentos. Ameaças
desse tipo não condiz com a forma de administrar uma empresa
pública, que cada vez mais tem atuado como um banco privado”,
comenta Fabiano.

Carlos Neri ainda falta com a verdade no
comunicado, dizendo que o Banco do Brasil jamais marcou uma
negociação com os sindicatos para discutir o plano de funções
comissionadas. E conclui a nota dizendo que “já é hora de virar a
página” sobre o assunto e concentrar “energias para novos e
verdadeiros desafios que se apresentam”.

Fabiano contesta:
“Realizamos
dois dias nacionais de luta contra o novo plano de funções e,
depois de muita pressão, o Banco do Brasil aceitou negociar e marcou
uma reunião com os sindicatos para o dia 9 de abril. O BB, no
entanto, desmarcou a negociação em cima da hora, ignorando a
presença de dirigentes sindicais do país todo que estavam em
Brasília para a reunião, e disse que não discutiria o plano de
funções. Então não é verdade que o banco nunca marcou uma
negociação. E também não é um diretor do banco quem deve dizer
quando o funcionalismo deve ‘virar a página’ de uma história que
tem prejudicado – e muito – os bancários do BB”, ressalta.

O
dirigente sindical convoca todos os bancários do BB a permanecer
mobilizados contra o novo plano de funções, e também a participar
do protesto no dia 30. “Vamos construir uma grande manifestação,
além de intensificar a luta contra o plano de funções. O banco
está reduzindo os salários dos funcionários, transformando o Valor
de Referência (VR) em teto dos cargos comissionados, diminuindo o
valor das funções gratificadas e rebaixando o valor do Adicional de
Função de Confiança. Na prática o BB está retirando direitos que
foram conquistados com muita luta e greve. E isso nós não vamos
admitir”, conclui Fabiano.