Caixa se nega a debater regras para retirada de funções gratificadas

Terminou
em impasse a negociação do Sindicato e Contraf-CUT com a Caixa,
nesta quarta-feira, dia 17. O banco
manteve-se intransigente e não aceitou debater uma proposta para
tornar mais transparentes os critérios para retirada de funções
gratificadas dos empregados. A
empresa
alegou que não possui uma ferramenta para avaliação de desempenho,
o que a impede de definir regras para fazer descomissionamentos.

A
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, lembra que a Caixa firmou
compromisso com os bancários, na greve do ano passado, de apresentar
um
estudo sobre a retirada de função. “Isto
está previsto, inclusive, no acordo aditivo firmado entre a Caixa e
os sindicatos. Mas na negociação desta quarta, o banco apresentou
apenas um relatório superficial sobre as
movimentações em cargos de função no
último ano. Os representantes do banco ainda disseram que não é
necessário
definir normas, o
que é um absurdo, já que não há transparência alguma na retirada
de
função”, explica
Jaqueline, que é empregada da Caixa. “Os
sindicatos vão continuar pressionando a Caixa para solucionar o
problema”, garante Jaqueline.

Outra
pendência do acordo coletivo debatida foi o plano de melhorias das
condições de trabalho e de segurança dos tesoureiros. A empresa
apresentou alguns encaminhamentos como a formação de turmas para
fazer cursos de qualificação, que deverão ser iniciados até o
final do mês de abril, sendo curso de 24 horas para tesoureiros e 12
horas para substitutos; criação do banco de habilitados para
formação de tesoureiros, que já tem 8.057 inscritos; e uma
proposta ainda em estudo de redução do tempo mínimo de empresa
para substituir o tesoureiro, que passaria de um ano para seis meses.
A empresa informou que está dando continuidade à
implantação dos corredores nas unidades para abastecer o
autoatendimento.

Promoção
por mérito

A
Caixa manteve a posição de intransigência e não aceitou negociar
a redução da carga horária de capacitação a distância da
Universidade Caixa. Com isso ficou mantido o que prevê o acordo
coletivo de 70 horas por ano, com a realização de 6 horas aulas por
mês dentro da jornada. A empresa comprometeu-se a incluir no texto
da cartilha de divulgação da promoção por mérito, a íntegra da
cláusula para que todos os empregados tomem conhecimento. As regras
serão divulgadas dentro de alguns dias.

Login
único

A
Caixa informou que até junho o login único deverá ser implantado
nas agências. A ferramenta está em implantação nas
superintendências regionais, matriz I e II e filiais. O login foi
conquistado na campanha nacional de 2012 com objetivo de garantir o
cumprimento e respeito a jornada de trabalho. Os empregados têm de
acompanhar esse processo cuidadosamente e, se necessário, denunciar
qualquer problema no novo sistema.

Ranqueamento
de caixas –

Os
sindicatos denunciaram problemas
nas condições de trabalho dos caixas. Um
dos principais problemas é o
ranking
da atividade. Através de uma planilha, as superintendências estão
levantando o tempo de atendimento e
o número de autenticações feitas, entre outras informações. Os
representantes da empresa disseram que vão averiguar a
denúncia.

Conselho
de Administração –

Os
representantes dos trabalhadores protestaram contra a posição da
Caixa em não modificar as exigências para os candidatos a
representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da
empresa. As condições mantidas no estatuto inviabilizam a
candidatura de 80% dos empregados. O artigo 11 do estatuto estabelece
como condições para o exercício de todos os cargos na diretoria e
no conselho ser graduado em curso superior e ter exercido cargos
gerenciais nos últimos cinco anos ou ter ocupado cargos relevantes
em órgãos ou entidades da administração pública por, no mínimo,
dois anos. O
Sindicato vai continuar
insistindo para que a decisão seja revogada, de modo a colocar fim à
discriminação da participação da maior parte dos trabalhadores no
processo eleitoral.

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