O
Sindicato e a
Contraf-CUT se reuniram nesta quinta-feira (11) com o HSBC, em São
Paulo, para discutir as modificações implantadas unilateralmente,
em janeiro último, pelo banco inglês no plano de saúde dos
funcionários. As mudanças são prejudiciais aos bancários,
retirando direitos do pessoal da ativa e dos aposentados.
O
banco apresentou detalhadamente as mudanças feitas no plano. Além
dos reajustes que encarecerão o custo dos trabalhadores, o banco
está criando uma nova divisão entre os bancários: os que são
beneficiados pela Lei Federal nº 9.656/98 e têm direito à
manutenção do plano de saúde (seis meses a dois anos) em caso de
demissão sem justa causa por contribuírem mensalmente e os que não
terão a chance de contribuir e, por isso, não poderão usufruir da
manutenção para além do que determina a convenção coletiva
(máximo de 270 dias).
Os dirigentes sindicais reiteraram a
reivindicação da última reunião sobre a necessidade de suspensão
das alterações e que se estabeleça um processo negocial sério e
efetivo. O HSBC tentou justificar as mudanças utilizando o discurso
da sustentabilidade do plano a longo prazo e a manutenção dos
benefícios dos trabalhadores.
“Sabemos que, com as
alterações, o HSBC irá diminuir os custos com provisionamento
relativo ao plano de saúde dos não beneficiários da lei 9.656/98”,
critica Alan Patrício, diretor
do Sindicato e da Contraf-CUT.
“O
plano de saúde é o segundo maior custo do RH do HSBC no Brasil. As
alterações vieram justamente para minimizar os valores
provisionados, com o objetivo de melhorar a chamada eficiência do
banco. Assim como os bancos utilizam a rotatividade para a diminuição
do salário médio dos trabalhadores, o HSBC está tirando também os
benefícios na saúde do trabalhador buscando ainda mais eficiência”,
denuncia Alan.
Há mais de sete anos, o banco não negocia
melhorias no plano de saúde com o movimento sindical. “Até
2005 havia uma negociação sistemática para discutir temas como
reajuste, melhorias e ampliação dos benefícios no plano. De lá
para cá, não houve mais negociação e as mudanças são feitas
unilateralmente”, critica o dirigente.
O banco deve apresentar nova posição até a próxima
semana. “Continuaremos mobilizados em todo o país”,
ressalta Alan.
Teto
de R$ 182 –
Após
mobilizações dos bancários em todo o país, o banco estabeleceu
para o plano, durante a reunião desta quinta, o teto de R$
182, limitando as coparticipações. “Essa foi uma conquista,
pois na proposta inicial do HSBC não havia teto: era ilimitado, o
que gerava intranquilidade aos bancários”, destaca
Alan.
Pressão
judicial –
A
Contraf-CUT interpôs uma ação judicial com pedido de tutela
antecipada visando obter acesso às informações referentes ao plano
de saúde, como contratos, custos e quantidade de vidas. “O
plano é uma caixa preta. Não temos informações para analisar as
mudanças feitas pelo banco”, afirma Alan. A liminar foi
deferida e o banco tem prazo até o dia 22 de abril para apresentar
as informações.
>> Mudanças no plano de saúde do HSBC oneram bancários e retiram direitos