BNB anuncia reestruturação que pode gerar centenas de descomissionamentos

Uma
semana depois de garantir aos representantes dos bancários que a
reestruturação em estudo não causaria impactos para os
trabalhadores, o BNB anunciou, nesta quarta, 10 de abril, mudanças
que reduzem a estrutura do banco, podendo levar à extinção de
dezenas de comissões e gerar centenas de descomissionamentos.

“A
gente compreende que uma empresa possa fazer mudanças em sua
estrutura. O que não pode é desrespeitar os representantes dos
trabalhadores e impôr alterações que usurpam direitos e mudam,
para pior, a vida dos seus empregados”, afirma a presidenta do
Sindicato, Jaqueline Mello.

Reunidos nesta quinta, 11, na
sede do Sindicato de
Pernambuco,
os representantes dos sindicatos que compõem a Comissão Nacional
dos Empregados do banco estavam indignados. “É fundamental que os
trabalhadores entendam a importância da unidade e de uma resposta
contundente em mobilizações e ações para fazer com que o banco
reveja o projeto”, afirma Carlos Souza, vice-presidente da
Contraf-CUT
(Confederação
Nacional
dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro).

Segundo
ele, um ofício já foi encaminhado à diretoria do BNB, solicitando
reunião no próximo dia 15, quando também será realizado um grande
ato em frente à sede do banco no Passaré, Ceará. Também será
construído um Dia Nacional de Luta contra as mudanças anunciadas
pelo banco. “A resposta do movimento deve ser imediata e envolver
todas as entidades contra este ataque. Não podemos admitir redução
de salários e de direitos”, completa Carlos Souza.

Desrespeito
– A última negociação com a direção da empresa foi realizada na
semana passada, dias 3 e 4. Durante o encontro, o
BNB afirmara que o primeiro modelo de reestruturação seria
apreciado nas próximas duas semanas e que não haveria comandos para
prejudicar funcionários.

>> Sindicato e Banco do Nordeste retomam as negociações

No
mês passado, os representantes dos trabalhadores também
participaram de um seminário, a convite do banco, no qual o próprio
presidente da instituição, Ari Joel Lanzarin, garantiu que nada
seria feito sem debate com as entidades sindicais.

“Estamos
indignados com esta falta de respeito. A gente vinha cobrando do
banco os números e impactos. Eles garantiam que não tinham estas
informações, que tudo estava em estudo, que não haveria
prejuízos… para depois empurrar uma reestruturação de forma
unilateral”, desabafa a representante do Sindicato do Piauí,
Lusemir Carvalho.

A
reestruturação

– O projeto chegou aos empregados por mensagem eletrônica. “Nas
unidades do banco, sobretudo nas Cenops e CROs (Centrais
de Apoio e de Retaguarda Operacional),
os funcionários estão em pânico”, afirma o representante do
Sindicato
de Campina Grande, João Roncalli.

As mudanças preveem,
entre outras coisas, a redução de 56 Gerências Executivas. As
Cenops, CROs e Centrais Operacionais para o Setor Público serão
extintas. Suas funções passarão a ser realizadas por Centrais de
Crédito ao Cliente, com redução de dez para quatro unidades.

“E
vale salientar que, diferente dos outros bancos públicos, o BNB não
tem a mesma capilaridade na rede de agências. Ou seja, um bancário
que tem sua função extinta vai acabar sendo forçado a se transferir
para regiões distantes. E o pior: com uma remuneração menor, já
que as comissões não estão asseguradas”, critica o representante
do Sindicato de Alagoas, Alexandre Timóteo.

Para Tomaz de
Aquino, coordenador da Comissão Nacional de Funcionários e
representante do Sindicato do Ceará, o BNB deveria se preocupar com
a reestruturação da própria direção já que “existem ainda
quatro remanescentes de gestões passadas, sobre os quais pesam a
suspeição de danos financeiros e operacionais ao banco”.

Antônio Galindo, representante do Sindicato da Bahia e da
Federação Bahia-Sergipe, ressalta, ainda, que “sequer há
garantias de que as mudanças anunciadas vão se reverter, de fato,
em melhoria na celeridade dos processos operacionais”.

Diante
da postura do banco, os bancários prometem uma resposta à altura.
“Nós fomos desrespeitados e não podemos ficar calados diante
disso. Não vamos aceitar redução de remuneração nem qualquer
mudança na cultura organizacional e familiar dos trabalhadores”,
afirma o representante do Sindicato da Paraíba,
Robson Luís.

19º
Congresso

Também foi pauta da reunião da Comissão Nacional dos Funcionários
a organização do 19º Congresso dos Trabalhadores do BNB. O evento
acontece nos dias 24 e 25 de maio, em Teresina, Piauí.

“O
Congresso será um espaço privilegiado para que a gente organize
nossa luta contra a reestruturação”, afirma o diretor do
Sindicato de Pernambuco, Fernando Batata.

>> Leia mais sobre o Congresso Nacional dos Funcionários do BNB.

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