BB desmarca negociação sobre plano de funções e Sindicato convoca assembleia para deflagrar greve

O Banco do Brasil
desmarcou de última hora a negociação agendada para esta
terça-feira, dia 9, que discutiria os problemas do novo plano de
funções comissionadas. O cancelamento das negociações pegou os
sindicatos de surpresa e desrespeitou os representantes dos bancários
que já estavam em Brasília, vindos de toda parte do país, para
participar da reunião marcada há dez dias.

“Foi um total
desrespeito por parte do Banco do Brasil”, comenta a presidenta do
Sindicato, Jaqueline Mello. “Conseguimos marcar esta negociação
depois de muita pressão, inclusive com a realização de dois
protestos nacionais. Mas, pelo visto, esta pressão não foi
suficiente. Então, estamos convocando os bancários do BB para uma
greve de 24 horas no dia 30 de abril para mostrarmos ao banco todo o
nosso descontentamento”, afirma Jaqueline.

A greve de 24
horas foi convocada pelo Comissão Nacional dos Funcionários do BB,
integrada pelos sindicatos, que estava em Brasília nesta terça para
participar da reunião. Para homologar a paralisação, o Sindicato
convoca os bancários do BB para assembleia, marcada para o dia 29 de
abril, às 19h, na sede da entidade (Av. Manoel Borba, 564, Boa
Vista, Recife).

“Convocamos todos os funcionários do Banco
do Brasil para participarem da assembleia e aprovarem a greve de 24
horas. Durante o evento, vamos organizar a paralisação e a luta,
porque sem pressão o BB não vai negociar e continuará empurrando
goela abaixo esse plano que é extremamente prejudicial para o
funcionalismo”, diz Jaqueline.

Protesto – Após o
cancelamento da negociação, os dirigentes sindicais que estavam em
Brasília realizaram um protesto entre os prédios da direção geral
do BB, no horário da reunião desmarcada. “Os bancários estão
revoltadíssimos com a postura desrespeitosa do banco”, afirma o
secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix, que é funcionário
do BB.

Ele conta que a reunião foi desmarcada em cima da
hora, através de um comunicado frio em que o banco se recusa a
negociar o novo plano de funções. “O BB não quer dialogar com os
sindicatos por bem. Então vai ser por mal. Vamos construir uma
grande paralisação no dia 30 e, se isso não quebrar a
intransigência da direção da empresa, podemos entrar em greve por
tempo indeterminado”, diz Fabiano.

Problemas –
Segundo o coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários,
William Mendes, o novo plano de funções é cheio de problemas. “E
o banco se recusa a negociar. A diretoria não quer ouvir os
sindicatos dizerem que o objetivo do banco é transformar em teto o
VR de cada cargo comissionado. Não quer ouvir a discordância dos
sindicatos com a diminuição do valor das funções gratificadas.
Não quer ouvir a reivindicação dos bancários de não reduzir o
valor do Adicional de Função de Confiança. Não quer atender a
reivindicação dos funcionários de não mexer nos direitos
conquistados com greve, como o adicional por mérito, o aumento real
de 36% no piso e o reajuste de mais de 16% acima da inflação sobre
todas as verbas salariais, inclusive as gratificações de função,
o que fez com que mais de 30 mil comissionados passassem a ganhar
mais que o VR na última década de campanhas unificadas”, explica
William.

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