Os bancários e os
bancos deram início nesta segunda-feira, dia 25, às negociações
de 2013 da mesa temática sobre segurança. Neste primeiro encontro
do ano, a Fenaban não apresentou argumentos plausíveis para
justificar a morosidade no processo de implantação do projeto
piloto de segurança bancária. Conquista da Campanha Nacional 2012,
ele implantará dispositivos reivindicados pela categoria em agências
da região metropolitana do Recife.
Segundo o secretário de
Formação do Sindicato, João Rufino, que representou os bancários
de Pernambuco nas negociações nacionais, a Fenaban informou que
pretende fazer uma audiência com o Governo de Pernambuco antes de
implantar o projeto piloto.
“Os representantes dos bancários
fizeram duras críticas à morosidade da Fenaban, que havia se
comprometido a implantar o projeto-piloto no Recife, em Olinda e
Jaboatão, durante as negociações do ano passado. Vamos continuar
pressionando a Fenaban para que o projeto saia do papel o quanto
antes. Inclusive nos disponibilizamos a intermediar uma reunião
entre os bancos e o Governo de Pernambuco”, conta Rufino.
Enquanto
as instituições financeiras enrolam para implantar o
projeto-piloto, o número de ataques a bancos dispara. Segundo dados
da própria Fenaban, apresentados durante a negociação desta
segunda, os assaltos a bancos cresceram 19,24% nos últimos dois anos
e atingiram 440 ocorrências em 2012 no país. Em 2010, o total havia
sido de 369, subindo em 2011 para 422. Esses assaltos, consumados ou
não, incluem sequestros e envolvem agências e postos de atendimento
bancário. Não estão inseridos ataques a caixas eletrônicos.
A
divulgação das estatísticas semestrais de assaltos a bancos está
prevista na cláusula 31ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT),
tendo sido uma das conquistas da Campanha Nacional de 2010. Em
janeiro, uma pesquisa realizada pela Contraf-CUT (Confederação
Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e pela Confederação
Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV), em conjunto com o
Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Sócio Econômicos),
apontou que no ano passado foram mortas 57 pessoas em crimes
envolvendo transações bancárias, uma média de cinco por mês com
aumento de 147,8% com relação a 2010, quando 23 pessoas foram
assassinadas em todo o país.
“Essa disparada no número de
ataques a bancos é resultado direto da falta de vontade das
instituições financeiras investirem em segurança. Os bancos
precisam urgentemente mudar a sua postura, instalando portas com
detector de metais antes do autoatendimento, câmeras internas e
externas, vidros blindados nas fachadas e biombos em frente aos
caixas, entre outros equipamentos que reivindicamos”, destaca
Rufino.
A próxima negociação da mesa temática será
realizada em junho. Na reunião desta segunda foi acordado que a
saidinha de banco e o sequestro de bancários – questões que fazem
parte da negociação de segurança – retornem à pauta da próxima
reunião.
Mesas temáticas desta semana – O
debate sobre segurança foi o primeiro da rodada de negociações
iniciada nesta segunda-feira 25 entre os representantes dos bancários
e da federação dos bancos. Na terça 26, o assunto será
terceirização; na quarta 27, igualdade de oportunidades e combate
ao assédio moral. Fechando os encontros, na quinta 28, o assunto
será saúde do trabalhador.