Entre os dias 22 e 30 de março, todas as atenções se voltam a Nova Jerusalém, no município do Brejo da Madre de Deus, Agreste pernambuco, a 180 km do Recife. É durante o período da Semana Santa que o maior teatro ao ar livre do mundo, fincado no distrito de Fazenda Nova, reúne milhares de fiéis (e curiosos) para celebrar em um misto de cristianismo e artes cênicas. A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém promete não decepcionar turistas que vierem conferir a sua versão 2013. Em um intervalo de nove dias, estima-se que 70 mil pessoas assistam ao espetáculo sobre a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.
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A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém acontece no maior teatro ar livre do mundo. Foto: www.novajerusalem.com.br/Divulgação |
Como novidade, os equipamentos com áudio em inglês têm a missão de incluir estrangeiros na plateia da encenação. Mais uma vez, deficientes visuais e auditivos também serão contemplados com infraestrutura adequada. Com ingressos variando entre R$ 30 e R$ 90, à venda no www.novajerusalem.com.br, as apresentações da Paixão de Cristo acontecem, sempre, a partir das 18h. No elenco deste ano, Marcos Pasquim vive o Rei Herodes; Carol Castro, Maria Madalena; Carlos Casagrande, Pilatos; e os pernambucanos Luciana Lyra e José Barbosa interpretam Maria e Jesus, respectivamente.
Ao turista, existe a opção de se hospedar na Pousada da Paixão, localizada em Nova Jerusalém. São 42 apartamentos e áreas de lazer, denominadas Arena dos Gladiadores (com campo de esportes e recreação), Arena dos Leões (estacionamento interno), Arena dos Centuriões (salão de jogos) e Termas de Herodes (piscina, sauna e área de massagem). Um dos restaurantes, por exemplo, se chama Santa Ceia. A diária de um quarto duplo pode variar entre R$ 250 e R$ 440, dependendo das instalações e do dia da semana em que o visitante se instala.
Uma vez no Brejo da Madre de Deus, aproveite para conhecer o Parque de Esculturas Monumentais Nilo Coelho. São 37 esculturas de pedra, de três a sete metros de alura, nos 60 hectares do entorno do teatro de Nova Jerusalém. Inaugurado em 1981, o parque tem a intenção de promover a cultura nordestina por meio do trabalho manual de dezenas de artesãos locais. Aberto ao público, diariamente.
Na estrada – No caminho para o Brejo da Madre de Deus, o viajante encontra outros municípios que valem uma parada. Pela BR-232, conhecida como Rodovia Luiz Gonzaga, a 85 km do Recife, Gravatá, referência entre os municípios do interior, sustenta a fama de ser a Suíça do Agreste. Com quase 75 mil habitantes, a cidade mistura a temperatura amena a trilhas, cavalos e fondues. Localizada na Serra das Russas, a altitude de quase 450 metros é o principal atrativo para quem quer fugir do calor do Recife.
Reinaugurado em 2011, o Mercado Público de Gravatá (aberto de terça-feira a domingo, das 6h às 22h) se tornou o novo ponto de encontro da cidade e merece uma visita. Com a fachada pintada de amarelo e tijolos aparentes em seu interior, os boxes oferecem queijos, doces, cachaças e objetos artesanais. Objetos esses que são maioria no Polo Moveleiro, ou Rua dos Móveis, no centrinho do município. Além de peças decorativas, o cliente encontra uma variedade de mobiliário em madeira.
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Mercado Público de Gravatá foi reformado e virou importante ponto de visitação. Foto: Prefeitura de Gravatá/Divulgação |
Para experimentar da gastronomia regional, vá ao restaurante Charque da Dona Neuza (fone: (81) 3533-1561), em que as carnes são o carro-chefe do cardápio. Se quiser um ambiente mais sofisticado, o Taverna Suíça (fone: (81) 3533-0299) trabalha com fondues, salgados e doces. A sobremesa do Mania Caseira (fone: (81) 3533-1639) é uma especialidade de Gravatá: a famosa cartola, doce com banana frita, fatia generosa de queijo manteiga e açúcar e canela pulverizados, vale as milhares calorias.
Próximos a Gravatá, Bezerros e Serra Negra são duas paradas obrigatórias. Peças de 220 artesãos de 29 municípios o esperam no Centro de Artesanato de Pernambuco (fone: (81) 3728-6650), na sede de Bezerros. A visita é imperdível por expor a diversidade de trabalhos manuais em barro, madeira, fibra, tecido e por aí vai. Logo na entrada, 300 máscaras de papangus, símbolo do carnaval local, recepcionam quem chega. Destacam-se, ainda, as xilogravuras de J. Borges, os motivos de Mestre Luiz Galdino e os bonecos de Manuel Eudócio.
Depois, siga em direção ao Polo Cultural de Serra Negra, ladeado pelo Anfiteatro a céu aberto, e tenha um aperitivo da paisagem de quem explora a região a pé. Para se sentir pequeno diante da imensidão do Agreste, caminhe até o Mirante da Antena, em Serra Negra. Do ponto mais alto do distrito, a Igreja de São Francisco Xavier, lá embaixo, consegue se fazer notar entre um rochedo e outro.
Ainda em Gravatá, a festividade da Semana Santa será dual: de um lado, a encenação da Paixão e Morte de Jesus, realizada pelo Instituto Cultural Terra Agreste (Teatro Amador de Gravatá), que acontece nos dias 28, 29 e 30 de março, às 21h, com acesso gratuito (fone: (81) 3563-9059); do outro, a festa profana reúne Asa de Águia, Musa do Calypso, Garota Safada, Sorriso Maroto e Gabriel Diniz no sábado (30), a partir das 23h, por R$ 40 (pista), R$ 80 (área VIP) e R$ 120 (camarote com shows exclusivos), na Villa da Serra.
Na capital – No Recife, o feriado da Sexta-feira da Paixão costuma atrair turistas. Quem preferir passear pela capital a pegar a estrada em direção ao interior, também terá a chance de conferir a história de Jesus Cristo na Praça do Marco Zero, no Bairro do Recife, área central da cidade. A 17ª Paixão de Cristo do Recife, tem adaptação e direção de José Pimentel, que ainda protagoniza o espetáculo.
Nos dias 27, 28, 29, 30 e 31 de março, a partir das 20h e com acesso gratuito, acontecem as apresentações. Neste ano, novas dublagens para os 100 atores e 300 figurantes em cena. No elenco, Angélica Zenith, Gabriela Quental, Reinaldo de Oliveira, Ivo Barreto e Pedro Francisco de Souza. Serão três estruturas de 20 metros de comprimento por 14 metros de largura, transformadas em nove palcos, cenografados por Octávio Catanho.
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Praça do Marco Zero é polo de atrações para o turista. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press |
Ainda no Marco Zero, não faltam opções para o turista se entreter. Na mesma Praça, a versão recifense do Centro de Artesanato de Pernambuco, inaugurado em setembro de 2012, é a maior vitrine do artesanato pernambucano na capital. Para ficar impecável, foram investidos R$ 6,5 milhões. O espaço de 2.511 m² deu nova funcionalidade ao antigo Armazém 11. No local, funciona, ainda, o Bistrô e Boteco (fone: (81) 3224-4992), aberto diariamente, a partir das 11h30.
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Peças em exposição no Centro de Artesanato de Pernambuco – Unidade Recife. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press |
Além disso, onze novas embarcações atracadas no píer do Marco Zero recebem o turista para fazer a travessia até o Parque de Esculturas Francisco Brennand. O trajeto leva menos de cinco minutos. Por ele, é cobrado R$ 2,50 para ir e R$ 2,50 para voltar. Com novos motores, coletes salva-vidas e toldo de proteção solar, os barcos foram recém-entregues à população pelo secretário de Turismo do Recife, Felipe Carreras.
Em frente à Praça, o Caixa Cultural é um centro expositivo com área total de 2.650 m², que conta também com um cine-teatro. Na programação, exposições de artes visuais, shows de pequeno porte e apresentações teatrais. A edificação, antigo prédio da Bolsa de Valores de Pernambuco e Paraíba, é tombada pelo Patrimônio Nacional desde 1998. Ou seja, além do consumo de arte, vale pela contemplação do conjunto arquitetônico.