Terminou nesta sexta,
1º de fevereiro, o Encontro de Dirigentes Sindicais do Bradesco no
Nordeste. Durante dois dias, mais de 30 representantes de sindicatos
dos estados da região definiram prioridades e apontaram problemas
vividos pelos trabalhadores nas agências. O Encontro foi sediado no
Sindicato dos Bancários de Pernambuco.
Para Elaine Cutis,
coordenadora da Comissão Nacional dos Empregados do Bradesco,
trata-se de um momento importante de capacitação, que fortalece a
ação e organização dos empregados. “O seminário nordestino é
preparatório para o Encontro Nacional, que acontece em março e que
deve definir a pauta específica de reivindicações e as estratégias
de ação dos bancários do Bradesco em todo o país”, diz
Elaine.
No Nordeste, uma das prioridades apontadas diz
respeito à remuneração. “O Bradesco é um dos bancos que paga o
pior salário no Brasil. E, diferente de outros, não remunera sobre
produtos vendidos. Exige as metas, mas não remunera”, afirma
Elaine.
Para os dirigentes sindicais do Nordeste, também é
urgente repensar a política de reabilitação profissional. Embora
esteja previsto na cláusula 43 da Convenção Coletiva, o Programa
de Reabilitação não saiu no papel.
“O que acontece é que
os trabalhadores doentes, ao voltarem ao trabalho, são excluídos de
qualquer função. No entanto, o que a Convenção prevê é que uma
comissão multiprofissional faça uma avaliação da capacidade
laborativa do empregado e, junto com ele e com o gestor, defina suas
funções e, se necessário, o encaminhe para requalificação”,
diz a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues,
representante do Nordeste na Comissão Nacional dos Empregados do
Bradesco.
Há também os problemas e demandas que permanecem.
É o caso da luta contra o assédio moral, do auxílio-educação,
das melhorias no Plano de Saúde com inclusão dos pais, e criação
de um Plano de Cargos e Salários.
“A falta de critérios
para ascensão na carreira é uma das grandes queixas dos
trabalhadores do Bradesco. Isso acontece também na distribuição
das bolsas de estudo, que é feita sem critérios transparentes e
acaba privilegiando o alto escalão”, denuncia Suzineide.