Após audiência no MPT, Santander envia lista com 1.280 demitidos no país

Saiu finalmente a lista
dos demitidos do Santander neste início de dezembro em todo país. A
relação possui um total de 1.280 nomes de funcionários e foi
enviada nesta sexta-feira (14) pelos advogados do banco para a
Contraf-CUT, após determinação da procuradora regional do Trabalho
da 10ª Região do Ministério Público do Trabalho, Ana Cristina
Tostes Ribeiro, durante audiência de mediação realizada na
quarta-feira (12), em Brasília.

Segundo o secretário de
Administração do Sindicato, Epaminondas Neto, os números do banco
confirmam as denúncias do movimento sindical de que está havendo
uma demissão em massa. “A lista do banco não é dividida por
estado, mas aqui em Pernambuco tivemos 59 dispensas desde o início
de dezembro. De janeiro a novembro foram cerca de 20 demissões, ou
seja, em duas semanas o Santander demitiu quase três vezes mais
bancários em nosso estado do que no ano todo”, diz Epaminondas,
que é funcionário do Santander.

De acordo com Ademir
Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT, o número de
demissões só não é maior por causa da mobilização das entidades
sindicais em todo país. “Os nomes apresentados pelo banco não
estão organizados por estado ou base sindical, nem se encontram em
ordem alfabética. Tudo para dificultar a conferência. É mais uma
prova da falta de transparência do Santander nas relações de
trabalho”, critica Ademir.

As demissões realizadas pelo
Santander aconteceram sem qualquer discussão prévia com o movimento
sindical e sem nenhuma justificativa, sobretudo diante do lucro
gerencial de R$ 4,7 bilhões até setembro, que representa 26% do
resultado mundial do banco.

Na audiência no MPT, a
Contraf-CUT defendeu a reversão de todos os desligamentos ocorridos
em dezembro e cobrou a abertura de um processo de negociação sobre
emprego com o Santander.

Caged – O Santander também
enviou para a Contraf-CUT as informações prestadas mensalmente ao
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério
do Trabalho e Emprego (MTE) referentes aos anos de 2011 e 2012,
conforme determinação da procuradora. Os dados já estão sendo
conferidos pelos técnicos do Dieese.

O secretário de
Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
Manoel Messias, propôs a suspensão das demissões efetuadas em
dezembro, conforme liminar concedida no TRT-SP, e a abertura de um
processo de diálogo e negociação coletiva, resguardando as medidas
já tomadas pelas entidades sindicais.

Messias salientou o
esforço do MTE para combater a rotatividade, reafirmado o
compromisso assumido pelo ministro Brizola Neto, durante a 14ª
Conferência Nacional dos Bancários, em Curitiba. O Ministério
convocará uma nova audiência entre as partes nos próximos dias,
após a resposta do Santander.  

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