Os bancos públicos, primeiros a baixarem as taxas de juros, também são
os responsáveis por oferecer à população as opções mais em conta nos
pacotes de tarifas. Seja com a manutenção dos valores ou com redução das
tarifas, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil são os que
possuem os menores valores dentre as opções, a exemplo das tarifas
cobradas nos pacotes padronizados, conforme estabelecido pelo Banco
Central (confira tabela abaixo).
A conclusão é feita a partir de estudo do Procon-SP sobre a composição e
os valores dos pacotes oferecidos pelos bancos. O levantamento, com
base na divulgação dos sites da Caixa Econômica Federal, BB, Bradesco,
Itaú, HSBC, Santander e Safra, detectou a existência de 125 pacotes de
serviços de perfis diferentes oferecidos ao consumidor, com nomes,
composições e valores de mensalidade variados.
Desse total, 71 pacotes são comercializados e permitem novas
contratações, enquanto 36, já contratados por correntistas, não são mais
comercializados, 17 são novos e um não está mais disponível. Os dados
da pesquisa indicam que 83 pacotes não alteraram o valor da mensalidade
cobrada do consumidor, 15 sofreram aumento e seis são gratuitos.
O aumento nos valores de alguns pacotes se deu somente nos bancos
privados, conforme comparativo feito entre maio e novembro de 2012. O
maior reajuste foi de 22,22%, realizado pelo Santander no pacote Van
Gogh, que subiu de R$ 45 para R$ 55. O Itaú e HSBC promoveram reajustes
em seis e sete pacotes, respectivamente. Somente Bradesco e Safra
mantiveram as taxas.
Públicos – Já no Banco do Brasil, três pacotes ficaram mais baratos, sendo que a
maior redução de preço ficou em 30%, com a diminuição do valor de R$ 54
para R$ 38 no pacote Bompratodos Pleno. Nesse caso, alguns serviços
foram incluídos e outros alterados. Algumas variações aconteceram em
outros pacotes também, que podem ser conferidos detalhadamente nas
tabelas elaboradas pelo Procon-SP.
No caso da Caixa, apesar de ofertar somente cinco pacotes, o valor mais
alto cobrado pela instituição é R$ 24. A conta universitária, por
exemplo, que possui valores reduzidos em todos os bancos, tem a menor
taxa na Caixa: R$ 3,45.
Falta transparência – De acordo com a Diretoria de Estudos e Pesquisas do Procon, essas
informações não chegam de forma clara ao consumidor. Nos sites
pesquisados faltam divulgação e acesso fácil sobre os serviços
oferecidos e cobrados pelas instituições financeiras, que podem incluir
fornecimento de talões de cheque, realizações de saques e DOCs, além de
cartões de crédito, dentre outros itens.
Para o diretor executivo do Procon-SP, Paulo Arthur Góes, no mesmo
momento em que houve movimento para redução de juros promovido pelos
bancos, ocorreu também alteração nos pacotes oferecidos ao consumidor,
mas sem o mesmo destaque na divulgação. “O Banco Central deveria
monitorar também a criação e alteração constantes de pacotes de tarifas
pelos bancos para coibir abusos”, defende.
Dicas ao consumidor – As alternativas de pacotes são muitas, com vários nomes, composição
diversificada e valores diversos, que chegam a R$ 65. Por isso, é
importante conhecer os serviços e saber qual pacote é mais adequado às
necessidades (não há necessidade de adquirir pacotes que incluam DOCs e
transferências, por exemplo, se não utiliza esse serviço durante o mês).
Confira alguns alertas feito pelo Procon:
- Não extrapolar a quantidade de serviços estipulada no pacote
contratado, para evitar pagar também a tarifa individual do serviço;
– Observar se a instituição financeira oferece algum desconto no pacote em função do relacionamento que mantém com o banco;
A contratação do pacote não é obrigatória, ou seja, não pode ser imposta pelo banco.