Em audiência de
mediação ocorrida na manhã desta quinta-feira, dia 13, entre a
Contraf-CUT e o Santander, em Brasília, o secretário de Relações
de Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel
Messias, propôs a suspensão das demissões efetuadas em dezembro,
conforme liminar concedida no TRT-SP, e abrir um processo de diálogo
e negociação coletiva, resguardando as medidas já tomadas pelas
entidades sindicais.
O advogado Alencar Rossi, representante
do banco espanhol, ficou de consultar a instituição sobre a
proposta apresentada e encaminhar uma resposta ao MTE. A partir da
manifestação do banco, o Ministério convocará uma nova audiência
entre as partes nos próximos dias. A reunião foi realizada após
carta enviada no último dia 5 pela Contraf-CUT ao ministro do
Trabalho e Emprego.
Os dirigentes sindicais ressaltaram que
ocorreram demissões em massa em todo país, sem qualquer discussão
prévia e sem nenhuma justificativa, sobretudo diante do lucro
gerencial de R$ 4,7 bilhões até setembro, que representa 26% do
resultado mundial do banco.
>> Sindicato aciona Justiça para impedir demissões
“Mais de mil funcionários
foram dispensados às vésperas do Natal, muitos com mais de 10 anos
de casa, oriundos de bancos adquiridos e próximos da aposentadoria”,
denunciou o secretário de Organização do Ramo Financeiro da
Contraf-CUT, Miguel Pereira. O representante do Santander disse que
não é possível reverter as dispensas.
O diretor da
Contraf-CUT solicitou acesso aos dados informados pelo Santander ao
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do MTE. O banco
concordou e as informações serão disponibilizadas até esta
sexta-feira (14).
Messias salientou o esforço do MTE para
combater a rotatividade, reafirmado o compromisso assumido pelo
ministro Brizola Neto, durante a 14ª Conferência Nacional dos
Bancários, em Curitiba. “O secretário do Ministério anunciou
que as demissões do Santander foram denunciadas ao Ponto de Contato
Nacional (PCN)”, destaca Miguel.