Bancários apresentam Convenção Coletiva na Conferência da UNI Américas

A Contraf-CUT
apresentou nesta sexta-feira, dia 7, na 3ª Conferência Regional da
UNI Américas – Rompendo Barreiras, último dia do encontro realizado
em Montevidéu, a experiência da construção da Convenção
Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários brasileiros, que em 2012
completou 20 anos.

“Os bancários são a única categoria
no Brasil que possui uma convenção que garante os mesmos direitos
para todos os empregados de banco no país. Graças à nossa luta,
conquistamos vinte anos atrás este acordo, que hoje é referência
para os demais trabalhadores brasileiros”, diz a presidenta do
Sindicato, Jaqueline Mello, que representou os bancários de
Pernambuco na Conferência internacional.

O secretário de
Finanças da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, o Betão, apresentou
a CCT dos bancários e explicou o processo democrático de construção
das campanhas nacionais da categoria no Brasil, que demora cerca de
seis meses e passa por assembleias, consultas aos trabalhadores,
conferências regionais e nacional para aprovar a pauta geral de
reivindicações, que é submetida novamente às assembleias,
instalação da mesa de negociação, mobilização da categoria,
deflagração de greve nos últimos nove anos e assinatura da
convenção coletiva, depois de outra vez submetida à aprovação
das assembleias.

Apesar dos avanços dos bancários e das
demais categorias de trabalhadores, Roberto von der Osten fez um
alerta sobre a ofensiva das forças conservadoras no continente. “Os
neoliberais, responsáveis pela crise internacional, estão de volta
e atuam organizadamente em sintonia com a grande mídia para atacar
os sindicatos, os partidos progressistas e os movimentos sociais e
anular as conquistas dos trabalhadores. Precisamos estar atentos e
organizados para fazer esse enfrentamento”, propôs o diretor da
Contraf-CUT.

Batendo o tambor pelo crescimento sindical – O
outro tema do último dia da 3ª Conferência Regional da UNI
Américas focalizou o trabalho que vem sendo desenvolvido pela UNI
Américas e suas afiliadas para que sindicatos sejam criados ou
fortalecidos na crescente economia de serviços. Em 2011, na América
Latina e no Caribe 62% dos trabalhadores estavam empregados no setor
de serviços. Nos Estados Unidos e no Canadá, era mais de 78%. Entre
os jovens, esse número varia entre 80% e 90% – e as previsões são
de expansão ainda maior do setor de serviços na economia do
continente. Essa transformação rápida provocou uma grande
fragmentação do movimento sindical nesse setor, o que tem
dificultado o crescimento dos sindicatos e a elaboração de poder
estratégico.

Para dar conta dessa nova realidade, o plenário
da Conferência aprovou moção com um plano de ação visando o
crescimento e fortalecimento dos sindicatos, que passa pela busca da
“densidade sindical”, pela organização de alianças,
redes e campanhas por acordos globais nas empresas multinacionais,
priorizar a implementação de planos estratégicos setoriais e
nacionais, promover o modelo de organização por setor ou ramo de
atividade, desenvolver pesquisas sobre o futuro perfil dos
trabalhadores e os novos cenários para a sindicalização e a
negociação coletiva, construir alianças com outros setores da
sociedade e usar intensivamente as redes sociais para promover as
sindicalizações.

Nova direção – A conferência também
elegeu a nova direção da UNI Américas para o período 2013/2016,
que terá Ruben Cortina na presidência e Adriana Rosenzvaig na
secretaria regional. O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro,
integrará o Comitê Executivo e será titular do Grupo Diretivo da
Área 5 (Brasil, Bolívia, Colômbia, Peru, Equador e Venezuela), que
terão como suplentes Mário Raia (secretário de Relações
Internacionais da Contraf-CUT) e Rita Berlofa (secretária de
Finanças do Sindicato de São Paulo). Deise Recoaro, secretária de
Mulheres da Contraf-CUT, será titular do Grupo de Mulheres da UNI
Américas.

Participaram da conferência 392 delegados,
observadores e convidados de entidades sindicais dos setores de
serviços das três Américas e do Caribe, entre eles 16 bancários
brasileiros representados pela Contraf-CUT.

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