Contraf-CUT quer discutir ajustes dos bancos com ministro da Fazenda

A Contraf-CUT enviou nesta quinta-feira (6) uma carta ao ministro da
Fazenda, Guido Mantega, pedindo uma audiência, “a fim de que possamos
discutir o processo de reestruturação no sistema financeiro, buscando
medidas para garantir a proteção do emprego dos bancários e a defesa dos
interesses da sociedade brasileira”. O ofício é assinado pelo
presidente Carlos Cordeiro e o secretário de imprensa Ademir Wiederkehr.

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“Estamos muito preocupados com o processo em andamento de reestruturação
no sistema financeiro, que está provocando milhares de demissões de
bancários e ocasionando profundas incertezas para o emprego da
categoria, a ampliação do crédito e a qualidade de atendimento da
população”, justifica o documento.

A entidade cita os ajustes em curso no Itaú, Santander e Citibank.
Apesar do lucro de R$ 10,1 bilhões nos primeiros nove meses do ano, o
maior banco privado do país cortou 7.831 postos de trabalho no período,
sendo 2.090 no terceiro trimestre. O Citibank anunciou na quarta-feira
(5) o fechamento de 14 das 98 agências no Brasil.

Já o Santander Brasil atingiu lucro gerencial de R$ 4,7 bilhões até
setembro, o que representa 26% do resultado mundial do banco espanhol.
Nenhum outro país apresentou tanto ganho para a instituição como o
Brasil. “Para surpresa geral, o banco deflagrou nesta semana um processo
de demissões em massa”, denuncia a Contraf-CUT.

“Como se não bastasse, os resultados da 14ª Pesquisa de Emprego
Bancário, feita com base nos dados do Caged pela Contraf-CUT e Dieese,
revelaram que a rotatividade continua sendo alta nas instituições
financeiras”, salienta a correspondência.

A Contraf-CUT alerta que “esses ajustes no sistema financeiro estão
ocorrendo após a política acertada de redução das taxas de juros, do
spread e das tarifas bancárias que o governo federal vem adotando para
ampliar e baratear a oferta de crédito, a fim de que os bancos ofereçam
serviços compatíveis com o padrão internacional”.

“Desta forma, é inaceitável que os trabalhadores paguem a conta desses
ajustes dos bancos para manter os seus lucros gigantescos e continuar se
apropriando da renda do país, na contramão da política de crescimento
com desenvolvimento econômico e social, inclusão e redução das
desigualdades”.

Para a Contraf-CUT, “os bancos, enquanto concessões públicas, precisam
contribuir com o desenvolvimento sustentável do país. Para tanto, é
necessário que eles garantam contrapartidas para a sociedade pelos
excelentes resultados que vêm acumulando no país, como abertura de mais
vagas, fim da rotatividade e melhores condições de trabalho, bem como
mais oferta de crédito com juros menores para incentivar a produção e o
consumo, a geração de novos empregos, a distribuição de renda e o
combate à miséria”.

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