4ª Conferência da UNI Américas Mulheres aprova plano de lutas

A 4ª Conferência
Regional da UNI Américas Mulheres – Rompendo Barreiras, realizada em
Montevidéu, aprovou nesta segunda-feira, dia 3, um plano de lutas
envolvendo três grandes eixos: o combate à violência de gênero, o
desenvolvimento sustentável e a organização das mulheres nos
sindicatos. A Conferência, que começou domingo. dia 2, terminou com
a aprovação da nova diretoria da UNI América Mulheres para o
período 2013-2016 e suas representantes nas instâncias da
UNI-Sindicato Global.

Para a presidenta do Sindicato,
Jaqueline Mello, que está em Montevidéu para participar da
Conferência, a discriminação contra a mulher no mercado de
trabalho ainda é muito grande. “Precisamos nos organizar para
ampliar a luta pela igualdade de oportunidades. A situação de
homens e mulheres ainda é muito desigual. Na região metropolitana
do Recife, por exemplo, o salário médio das mulheres equivale a
71,3% dos vencimentos médios dos homens, mesmo elas tendo dois anos
a mais de estudos. A situação não é diferente nos bancos. As
mulheres bancárias têm, em média, mais estudo que os homens, mas
ganham 24,10% a menos nos bancos”, deswtaca Jaqueline.

Nova
direção –
A Contraf-CUT participará da nova direção. Deise
Recoaro, secretária de Mulheres da Contraf-CUT, será titular no
comitê Executivo da UNI Américas. Neiva Ribeiro, diretora do
Sindicato de São Paulo, integrará o comitê regional de Mulheres da
UNI Américas. Andrea Vasconcelos (secretária de Políticas Sociais
da Contraf-CUT) e Érica Godoy (diretora do Sindicato de São Paulo)
serão suplentes do mesmo comitê. Neiva também alternará o mandato
no Comitê Mundial de Mulheres da UNI. Além delas, também
participou da Conferência de Montevidéu a presidenta do Sindicato
de Patos de Minas, Magna Vinhal da Fetraf/MG.

“Esses
espaços internacionais de atuação sindical são importantes
porque, além de promover uma grande oportunidade de troca de
experiências, nos obriga a desenvolver ações conjuntas no combate
às discriminações, uma vez que eventos internacionais envolvem
investimentos e temos que voltar para os nossos países com a
responsabilidade de fazer valer as nossas bandeiras”, afirma
Deise Recoaro, da Contraf-CUT.

Desenvolvimento sustentável
e as mulheres –
As delegadas aprovaram um plano de ação com
vistas à conscientização sobre o desenvolvimento sustentável, que
passa por desenvolver uma visão conceitual sindical sobre a questão
ambiental e a sustentabilidade.

“Além de lutarmos contra
a exploração do capital sobre o trabalho, temos também que lutar
contra as discriminações no trabalho e em casa, e é preciso ainda
lutar pela preservação do meio ambiente pelo desenvolvimento
sustentável porque, se não houver preservação, a humanidade não
existirá mais”, disse Neiva Ribeiro durante o debate na
conferência.

O plano defende ainda a criação de “espaços
de diálogo” dentro dos sindicatos para a discussão do tema, a
luta pela inclusão de cláusulas sobre inclusão social e
desenvolvimento sustentável nas convenções coletivas de trabalho e
a difusão da “consciência ecológica, solidária e sustentável
entre trabalhadoras e trabalhadores, sustentando a paz mundial, eixo
transformador da pobreza”.

Organização de mais
mulheres nos sindicatos –
O plano de ação sobre a organização
orienta a luta pela ratificação da convenção 156 da OIT que trata
das relações compartilhadas, pela ampliação da
licença-paternidade, pela realização de campanhas de
sindicalização específicas para mulheres, pela criação de
coletivos ou comissões de mulheres nos locais de trabalho e
democratização dos espaços sindicais com a ampliação de
representação das mulheres nas direções.

“Ao
contrário do que muitos diziam, o sindicalismo não pode acabar,
porque é o único meio de garantir a justiça social e a
distribuição de renda. Se isso é verdade, as mulheres têm que
estar organizadas nos sindicatos”, declarou Deise Recoaro,
secretária de Mulheres da Contraf-CUT, durante os debates. 

“Somos
a metade da força de trabalho na maioria dos países, e ganhamos
menos que os homens. E quem ganha com a desigualdade? São os nossos
companheiros homens? Não. Quem perde é a classe trabalhadora. Quem
ganha é o capital, que se apropria da exploração do trabalho,
especialmente das mulheres. Isso é uma construção cultural, que é
usada como justificativa para manter as discriminações”,
acrescentou Deise.

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