Bancários do BB paralisam CSO e CSL em protesto contra a reestruturação

Os bancários do Banco
do Brasil pararam por uma hora os trabalhos no CSO e CSL (Centros de
Suportes Operacional e Logístico) em protesto contra a
reestruturação que pretende transferir para Belo Horizonte diversos
setores administrativos da empresa que hoje funcionam no Recife. A
paralisação começou por volta das 10h desta quarta-feira, dia 28,
e foi realizada simultaneamente nos dois prédios.

Vestidos de
preto, os bancários do BB cruzaram os braços com um objetivo bem
específico: exigir do banco a Nota Técnica que contém todos os
detalhes da reestruturação. “São cerca de 800 funcionários que
estão com o futuro indefinido e o Banco do Brasil sequer explica
seus planos para a reestruturação. Queremos saber exatamente qual é
o projeto da empresa, porque ele não prejudica apenas os bancários
pernambucanos; essas mudanças são péssimas para o nosso estado
como um todo”, ressalta a presidenta do Sindicato, Jaqueline
Mello.

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audiência pública para discutir reestruturação

Durante os protestos, os bancários do CSO, localizado
no centro do Recife, tomaram a frente do prédio e, com o auxílio de
um carro de som, denunciaram para a população os males do novo
projeto de reestruturação do banco, já conhecido como pacote de
maldades. “A participação dos funcionários na paralisação foi
muito boa. Todos estão muito apreensivos com as mudanças, que devem
afetar diretamente cerca de 500 dos 800 bancários do CSO e CSL”,
explica Fabiano Félix, secretário-geral do Sindicato.

Já no
CSL, os bancários, também vestidos de preto, realizaram uma
passeata pelas ruas da região, em Imbiribeira. Com faixas e
cartazes, os trabalhadores mostraram para a população que todo o
estado de Pernambuco será prejudicado com a transferência de
importantes setores do Banco do Brasil para o Sudeste. “O BB está
na contramão dos planos do governo federal, que tem investido no
Nordeste como forma de equilibrar o desenvolvimento das regiões.
Infelizmente, o BB está tentando esvaziar a importância do Nordeste
e é por isso que estamos envolvendo toda a sociedade nesta luta”,
diz Jaqueline

Os bancários do BB também distribuíram carta
aberta a população explicando os problemas da reestruturação.
Leia a íntegra do documento aqui.

Ao final dos protestos, os bancários realizaram assembleia em que aprovaram nova paralisação de uma hora no próximo dia 6 de dezembro, quinta-feira da semana que vem.

Ruim para o Nordeste –
Um dos principais problemas que a reestruturação do BB gera
para Pernambuco é a mudança da área que presta serviço de
concessão de crédito para o Sudeste. Com isso, as empresas
pernambucanas terão mais dificuldades para adquirir financiamentos
pelo Banco do Brasil.

Atualmente, o CSO do BB em Pernambuco
realiza cerca de 23 mil operações de crédito por ano, irrigando
pequenas e médias empresas com mais de R$ 2,05 bilhões. “Os
bancários pernambucanos conhecem como ninguém as peculiaridades do
Nordeste. Se a reestruturação do Banco do Brasil vingar, serão os
bancários do Sudeste, a 2,5 mil quilômetros de distância, que
analisarão e aprovarão a concessão de crédito para os
pernambucanos”, explica Fabiano.

Nos últimos dois meses, o
Sindicato tem lutado contra esta reestruturação em diversas
frentes. Senadores, deputados, vereadores e até o governador de
Pernambuco foram acionados para apoiar os bancários nesta luta, que
agora é de toda a sociedade.

Além dos graves prejuízos para
os bancários e para as empresas pernambucanas, o pacote de maldades
do BB também vai prejudicar dezenas de terceirizadas que prestam
serviços de manutenção predial, vigilância armada, telefonia e
limpeza, entre outros. São R$ 951 milhões em contrato que
movimentam a economia do Nordeste partindo junto com o banco para
Belo Horizonte. Isso sem falar no comércio que funciona no entorno
dos dois prédios administrativos do banco, onde os 800 funcionários
almoçam, tomam café ou compram produtos e serviços.

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