A reestruturação do
Banco do Brasil já repercute no parlamento e na imprensa. A
transferência de setores importantes do CSO e CSL (Centros de
Suporte Operacional e Logístico do banco) de Pernambuco para Minas
Gerais foi tratada pela jornalista Jamile Coelho, na Coluna Folha
Econômica, da Folha de Pernambuco desta terça, 27 (leia aqui).
E também invadiu o meio parlamentar, com intervenções do senador
Humberto Costa (PT-PE); dos deputados federais Fernando Ferro (PT),
Paulo Rubem Santiago (PDT e Gonzaga Patriota (PSB); da deputada estadual Teresa Leitão (PT); e do vereador Jurandir Liberal
(PT).
Na noite da segunda, 26, circulava pelas redes sociais
as observações do deputado Paulo Rubem. A exemplo do que é
publicado em coluna da jornalista Jamile Coelho, ele observa que as
empresas pernambucanas, sobretudo os pequenos empresários, serão os
maiores prejudicados com a mudança, já que a análise de crédito
passa a ser feita em Belo Horizonte, com vantagem óbvia para as
empresas do sudeste.
Nesta terça, o deputado federal Gonzaga
Patriota fez discurso na Câmara sobre o assunto. Em sua fala, ele
questiona os motivos de mais uma centralização no Sudeste, quando
“a política do governo federal tem trabalhado no sentido de
equalizar o potencial das regiões”. E lembra que três capitais do
Sudeste concentrarão cerca de seis grandes centros do BB.
Senador
na luta – Também nesta terça, o senador Humberto Costa se
reuniu com a Dinop (Diretoria de Negócios Operacionais) do Banco do
Brasil a pedido do Sindicato. As afirmações feitas pelo banco são
as mesmas já ditas aos dirigentes sindicais. “Falam que as mudanças
serão apenas nos tipos de serviço, mas que a importância
estratégica da região será preservada. Mas onde está a Nota
Técnica que explicita isso? Eles falam, por exemplo, que Pernambuco
centralizará a unidade de análise de fraudes. Mas a previsão para
este setor é de apenas 62 novos cargos e existem hoje 800 cargos no
CSO e CSL”, questiona o secretário-geral do Sindicato, Fabiano
Félix.
Outro argumento utilizado pelo banco na audiência com
o senador é de que será feito concurso público para seleção de
600 pessoas que atuarão em agências. “Atualmente, existem menos
de 50 vagas no estado a serem preenchidas por escriturários. Com a
reestruturação, o BB criará um excedente de pelo menos 600
comissionados e o concurso público não terá o mínimo efeito”,
completa Fabiano.
Por outro lado, a empresa não se
manifestou sobre a transferência do serviço de concessão de
financiamentos para o Sudeste, com óbvio prejuízo das empresas
locais.
Envolvimento do governador – Nesta quarta, 28,
quem faz pronunciamento na Assembleia é a deputada Teresa Leitão,
que também ficou de ir pessoalmente à Casa Civil para reforçar o
ofício encaminhado pelo Sindicato no dia 21. A intenção é cobrar
do governador Eduardo Campos uma postura enérgica na tentativa de
barrar a reestruturação.
“A deputada recebeu o Sindicato
nesta terça e ficou preocupada com as informações que levamos. Ela
se comprometeu a ser linha de frente nesta luta e fará o possível
para que o governador receba o Sindicato”, conta
Fabiano.
Estratégias de luta – Os bancários do CSO
e do CSL paralisam nesta quarta-feira, dia 28, as atividades por uma
hora, a partir das 10h, em protesto contra a reestruturação (leia
mais aqui). Na noite desta terça, o grupo de trabalho formado
pelos delegados sindicais e diretores do Sindicato se reuniu na sede para discutir os próximos passos da luta.
“Foi
uma reunião bem produtiva. Os participantes trouxeram informações
importantes que vão ajudar o Sindicato e os parlamentares envolvidos
na luta a subsidiar os argumentos contra a reestruturação”, conta
Fabiano.
O Grupo de Trabalho volta a se reunir no próximo dia
5 de dezembro, às 14h, na sede do Sindicato.