Santander se nega a negociar mais contratações, fim da rotatividade e PCS

O
Santander se recusou nesta quinta-feira, dia 22, a negociar emprego,
fim da rotatividade e Plano de Cargos e Salários (PCS), durante
reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), em São Paulo.
Outras reivindicações discutidas, como a melhoria das condições
de trabalho, a redução das taxas de juros e a isenção de tarifas
para funcionários e aposentados, também não trouxeram avanços,
frustrando ainda mais os dirigentes do Sindicato e da
Contraf-CUT.

“Temos reivindicações que estão sendo
negociadas há anos e o Santander não avança nas discussões. O
Brasil hoje tem salvado o lucro mundial do banco espanhol, que
insiste em não valorizar seus funcionários aqui. Muitas das nossas
demandas são cumpridas pelo Santander na Europa, ou seja, o banco
poderia muito bem estender os direitos para os bancários
brasileiros”, diz o secretário de Administração do Sindicato,
Epaminondas Neto, que é funcionário do Santander.

Emprego
Na
Campanha Nacional dos Bancários 2012, a Fenaban não aceitou as
propostas de emprego da categoria, remetendo o debate banco a banco.
Enquanto a Caixa Econômica Federal negociou com as entidades
sindicais a criação de 9 mil empregos em 2013, o Santander se negou
a discutir as demandas, alegando que não é tema para banco privado.
O fim da rotatividade também foi rejeitado pelo banco.

“A
geração de empregos não pode ficar restrita aos bancos públicos.
Desafiamos os privados a estabelecer também metas de emprego. Não
adianta o Santander fazer propaganda dizendo que inaugura uma agência
a cada três dias, se não assume compromisso com o movimento
sindical e a sociedade de abrir novos postos de trabalho e contribuir
com o desenvolvimento econômico e social do Brasil”, criticou o
secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

PCS
As
entidades sindicais também reivindicaram a criação de um PCS,
apresentando a mesma reivindicação feita pela categoria na Campanha
2012 para a Fenaban que, assim como o emprego, havia sido encaminhada
para negociação banco a banco. O Santander, no entanto, recusou as
demandas, alegando que as propostas de PCS não são para os bancos
privados e sim para os públicos. O Sindicato defendeu que os
funcionários do Santander também merecem valorização e o PCS é
um grande instrumento para fazer carreira e acabar com as distorções
salariais.

Condições
de trabalho –
Os
bancários cobraram melhores condições de trabalho. Uma demanda
novamente discutida foi o fim das metas para caixas. O banco já
reconheceu em reuniões anteriores que os caixas não têm metas, nem
serão avaliados pela venda de produtos e ficou de entregar cópia de
orientação interna aos gestores. Para o banco, “os caixas
devem ser avaliados pela sua função preponderante, que é o
atendimento aos clientes”.

Todas as propostas das
entidades sindicais, como o fim das metas individuais, o fim das
reuniões diárias para cobrança de metas, a proibição de abertura
e prospecção de conta universitária fora da jornada e do local de
trabalho, o fim do desvio de funções nas agências, envolvendo
caixas, coordenadores e gerentes de atendimento e de negócios, e a
proibição de cobrança de metas para estagiários e aprendizes,
serão discutidas em reunião do grupo de trabalho sobre condições
de trabalho, agendada para o dia 9 janeiro.

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