Recife
(PE), 21 de novembro de 2012
O
Banco do Brasil possui em Recife dois centros de suporte às agências
que atendem todas as unidades dos estados da Bahia, Sergipe, Ceará,
Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Piauí e quinze
municípios do Maranhão, centralizando praticamente todas atividades
do Nordeste.
Estes Centros chamam-se CSO e CSL (Centro de
Suporte Operacional e Centro de Suporte e Logística,
respectivamente) e possuem, juntos, aproximadamente 800 (oitocentos)
funcionários. Dentre as atividades mais importantes realizadas por
estes centros, ressaltam-se aquelas relacionadas aos serviços de:
Cadastro,
Operações,
Contratos,
Licitações
e Engenharia.
Estas atividades possuem caráter extremamente técnico e são
realizadas, em sua maioria, por funcionários comissionados, que
exercem funções de especial fidúcia.
Os referidos serviços
vêm sendo realizados nesta capital desde 2007, período em que o
Banco do Brasil optou pela centralização destas atividades em
Pernambuco, transferindo para Recife os serviços que outrora eram
realizados por todas as capitais nordestinas.
Porém, em
outubro deste ano, os gerentes gerais do CSO e do CSL informaram, de
maneira sucinta, aos funcionários daqueles centros que, por
determinação da DINOP
– Diretoria de Apoio aos Negócios e Operações –,
nos próximos meses haveria severa reestruturação no Banco do
Brasil em Pernambuco, acarretando na suspensão de diversos serviços
que atualmente são realizados em Recife, sendo os mesmos doravante
transferidos para a cidade de Belo Horizonte. Ato contínuo, diversas
funções comissionadas seriam extintas deixando inúmeros
funcionários prejudicados. A única alternativa disponível para
estas pessoas seria a aceitação de suas transferências ex
officio, para
Belo Horizonte, como
última ratio capaz
de garantir-lhes a
percepção das gratificações pelo exercício de tais
funções.
Causou espécie a todos o fato de tais serviços
serem transferidos para a região Sudeste do Brasil, podendo causar
prejuízos financeiros à sociedade pernambucana, mormente quanto aos
pequenos e médios empresários locais que disputam processos
licitatórios para prestação de serviços e fornecimento de
produtos. As dificuldades impostas a esta empresas para acompanharem
os procedimentos ordinários das licitações tornarão suas
participações nestes certames e leilões menos competitivas, fato
que de certa forma, impacta negativamente na economia local.
Esta
reestruturação, que o banco atribui ao seu poder diretivo, perde o
caráter de mero ato de gestão empresarial porque interfere
profundamente na distribuição de poder contida nas esferas
decisórias de uma sociedade de economia mista do porte do Banco do
Brasil. Ao assegurar que suas principais funções de retaguarda,
diga-se operacionais
e logísticas,
sejam retiradas do Nordeste do País, o Banco do Brasil esvazia os
únicos centros com capacidade decisória na região, afetando a
distribuição equânime de suas competências funcionais entre as
unidades da Federação.
Ademais, sem apresentar maiores
detalhes sobre o modo e as condições desta reestruturação, o
Banco do Brasil expôs seus funcionários a um clima de desespero
provocado por informações desencontradas seguidas de inúmeros
boatos. Estes trabalhadores estão vivendo dias de extrema angústia,
vez que a possibilidade de mudança repentina para outra cidade, sem
nenhuma garantia, afeta gravosa e severamente a vida particular
destes profissionais e de seus familiares. O medo de perder parte
significativa de suas remunerações, com extinção das funções
comissionadas, aumenta ainda mais o cenário de pavor vivenciado por
estes bancários. Ressalta-se que a interrupção da percepção
destas gratificações viola o princípio da estabilidade financeira,
consagrado pela jurisprudência do Tribunal Superior de
Trabalho.
Infelizmente o Banco do Brasil não observou o
crescimento do Nordeste brasileiro, sobretudo ao deixar Pernambuco
sem nenhuma instância de importante decisão, inclusive transferindo
para o Sudeste do País as operações ligadas ao crédito agrícola
e agricultura familiar tão importantes para o desenvolvimento da
economia dos pequenos municípios. Por fim, não parece lógico a
tese aventada por esta instituição financeira ao desprezar o feito
de que ninguém entende melhor a economia nordestina do que o próprio
nordestino.
Destarte, em nome dos funcionários do Banco do
Brasil e das inúmeras famílias que serão vitimadas em sede desta
sorumbática reestruturação que atinge o estado pernambucano,
pedimos que o excelentíssimo senhor governador do estado de
Pernambuco, Eduardo Campos, se digne em receber a diretoria deste
Sindicato que pretende apresentar mais informações acerca dos
impactos negativos havidos por corolário das causas ora narradas.
Neste diapasão, contamos com esta egrégia Casa Civil, que
tanto nos honra com sua tradicional presteza e seriedade na busca do
bem comum.
Aproveitamos a oportunidade para convidá-lo a
participar da assembleia que o Sindicato realiza nesta quinta-feira,
dia 22 de novembro, com os bancários do Banco do Brasil
para discutir a reestruturação na sede da entidade
(Av.
Manoel Borba, 564 – Boa Vista, Recife).
Desde
já, agradecemos a sua atenção,
Sindicato dos
Bancários de Pernambuco
Fabiano
Félix do Nascimento
Secretário Geral