O Sindicato e Contraf-CUT se reuniram com representantes
do Santander na tarde desta terça-feira (30). Foi discutida a proposta de
firmar um acordo coletivo que trata do “Sistema Alternativo Eletrônico de
Controle de Jornada de Trabalho, em conformidade com a Portaria nº 373, de
25/02/2011”. A reunião ocorreu na sede da Confederação, em São Paulo.
Ou o banco espanhol negocia e assina um instrumento com o movimento sindical ou
então adquire e instala o Relógio de Ponto Eletrônico (REP), conforme determina
essa portaria que está vigente desde abril, após vários adiamentos.
Apresentação do ponto eletrônico – Representantes do banco espanhol fizeram uma
nova apresentação do ponto para os dirigentes sindicais, que aproveitaram para
perguntar sobre o funcionamento do sistema e esclarecer dúvidas dos
funcionários.
Segundo o banco, não há restrições para a marcação da jornada. O registro é
feito mediante passagem do crachá funcional. São necessárias pelo menos quatro
marcações diárias, sendo obrigatório o cumprimento do intervalo para refeição.
As marcações realizadas podem ser visualizadas pelo funcionário ou pelo gestor
a qualquer momento. A assinatura eletrônica do ponto ocorre no dia 10 de cada
mês. Toda quarta-feira é enviado e-mail para os funcionários sobre pendências
de justificativas.
Nas agências só o gerente geral (GG) não bate ponto. Conforme os representantes
do banco, não há bloqueio do gestor para registro da jornada e não é possível o
gestor fazer login em dois terminais ao mesmo tempo.
O acordo do ponto não reconhece banco de horas e compensação de jornada.
“A apresentação feita pelo banco mostra que o sistema se encontra
programado para o registro da jornada trabalhada pelo funcionário e a proposta
de acordo coletivo é semelhante aos instrumentos já assinados com outros
bancos, como Bradesco e Itaú”, avalia o secretário de imprensa da
Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
Desrespeito à jornada – Os dirigentes sindicais, no entanto, apontaram vários
problemas de gestão no ponto eletrônico. Há casos de agências onde funcionários
marcam o horário de saída e são obrigados a continuar trabalhando com o login
do gestor, o que é fraude. Outra irregularidade é a realização de reuniões fora
da jornada, sem registro no ponto.
Há ainda situações em que o funcionário é convocado para chegar mais cedo e
executar tarefas sem necessidade de usar login e, portanto, sem marcação do
ponto.
Como se não bastasse, existem problemas com a compensação da jornada, que não
foi objeto de negociação com o movimento sindical. Os funcionários reclamam que
são obrigados a sair mais cedo do trabalho, chegar mais tarde ou esticar o
intervalo para refeição, a fim de compensar horas extras. Não há diálogo com o
funcionário para discutir o dia e o horário para folgas.
Os representantes do banco ficaram de avaliar as questões apontadas pelos
dirigentes sindicais. “A solução desses problemas é fundamental para o
encaminhamento do acordo do ponto eletrônico”, ressalta Ademir.
Calendário de reuniões – Após cobrança da Contraf-CUT, federações e sindicatos,
o Santander enviou nesta terça-feira o calendário das reuniões previstas no
aditivo à convenção coletiva dos bancários.
Confira:
. 22 de novembro – Comitê de Relações Trabalhistas
. 5 de dezembro – Grupo de Trabalho do SantanderPrevi
. 13 de dezembro – Grupo de Trabalho do Call Center
. 9 de janeiro – Fórum de Saúde e Condições de Trabalho
. 23 de janeiro – Reunião sobre Igualdade de Oportunidades