BC estuda ampliação de pagamento pelo celular, internet e cartão

A proposta de legislação que está em elaboração pelo governo para criar o
serviço de pagamentos por celular deve abrir caminho legal para o Banco
Central avançar na regulamentação de outras áreas que atualmente fogem
ao seu controle.


Aí está incluída uma parte importante da indústria de cartões de
crédito, a que envolve todo o processamento das operações realizadas e
em que se destacam grandes empresas como Cielo e Redecard.


Outra diz respeito a serviços que começam a crescer com o avanço
tecnológico, como as empresas prestadoras de serviços que se
responsabilizam pelos pagamentos de compras na internet.


A ideia do Banco Central é criar um guarda-chuva que poderá abranger meios de pagamento relevantes para a economia.


“O BC tem poder para atuar com instituição financeira, mas não há um
marco legal para as instituições de pagamento que não são da área
financeira”, resumiu o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes,
após participar do 4º Seminário de Inclusão Financeira, em Porto
Alegre.


Segundo ele, depois que a legislação entrar em vigor, a instituição terá
180 dias para regulamentar o funcionamento do novo serviço de pagamento
com o uso do celular e todos os outros que forem abrangidos.

Inflação – Na abertura do evento, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini,
defendeu que o maior acesso de pessoas que hoje estão fora do sistema
financeiro é um instrumento importante para a atuação do BC e o controle
da inflação.


Em discurso, enfatizou que, “em uma sociedade plenamente incluída
financeiramente, oscilações nas taxas de juros tendem a ter implicações
mais fortes nas expansão ou na retração da demanda agregada facilitando e
reduzindo o custo do controle da inflação”.


Ao lado dos ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Tereza Campello
(Desenvolvimento Social), ele anunciou a criação do Sistema de Pagamento
Móvel, conforme antecipou a Folha.


O texto, segundo Bernardo, está em discussão na Casa Civil e faz parte
da estratégia de diminuir os custos das transações financeiras.


Segundo o ministro, “as operadoras vão ganhar, os bancos vão ganhar, mas
acho que o grande benefício será a redução do custo para o consumidor”,
defendeu.


O ministro destacou que a quantidade de pessoas que recebem salários e
outros pagamentos em espécie no Brasil ainda é muito grande e não é
exclusividade da classe de menor renda, atingindo até mesmo a classe A.


A regularização de outros meios de pagamento é uma forma de “bancarizar”
uma fatia mais ampla da população, já que o acesso ao celular é
disseminado.


Durante o seminário, Tombini anunciou ainda, sem dar detalhes, a criação
de um fundo garantidor de crédito para o setor de cooperativas e disse
que haverá mudança no direcionamento de recursos para o microcrédito.

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