Sindicato denuncia abusos do BB à Superintendência Regional do Trabalho

O
Sindicato apresentou nesta terça-feira, dia 30, denúncia contra o
Banco do Brasil para a Superintendência Regional do Trabalho (SRT)
de Pernambuco. Os motivos da denúncia são as ilegalidades e abusos
cometidos pelo banco na compensação das horas paradas na greve
pelos funcionários. “Pedimos a intervenção do Ministério do
Trabalho para coibir o assédio que o BB está praticando contra os
bancários que fizeram greve”, conta a presidenta do Sindicato,
Jaqueline Mello.

O Sindicato foi recebido pelo superintendente
José Jeferson Thompson Lins, que ficou sensibilizado com os
problemas enfrentados pelos funcionários do BB. “O superintendente
ficou muito preocupado com a postura do banco, principalmente no que
diz respeito ao cancelamento de férias, licença-prêmio e abonos
que já estavam previamente autorizados pela empresa. Outro ponto que
preocupou o representante do Ministério do Trabalho é a extensão
da jornada para quem trabalha oito horas por dia. Ele destacou que a
jornada dos bancários é de seis horas, portanto esses funcionários
já fazem duas horas extras por dia. Com a extensão da jornada,
muitos estão trabalhando até dez horas diariamente”, diz
Jaqueline.

O Sindicato vai encaminhar nos próximos dias um
ofício para a Superintendência Regional do Trabalho solicitando
audiência de conciliação com o Banco do Brasil. “O objetivo é
resolvermos todos os problemas através do diálogo. Mas se o BB
insistir nesta postura vingativa contra os funcionários que fizeram
greve, a Superintendência Regional do Trabalho vai agir e nós, do
Sindicato, vamos tomar medidas mais duras, inclusive na Justiça”,
destaca Jaqueline.

A denúncia – O
Banco do Brasil tem usando a compensação das horas paradas como
forma de pressão e punição aos grevistas. O Sindicato tem recebido
várias denúncias de bancários que estão sendo assediados,
inclusive com o cancelamento de férias e licenças. O Sindicato
também teve acesso a um comunicado interno do banco dirigido aos
gerentes que, além das ameaças para a compensação dos dias
parados, ainda traz várias distorções sobre o acordo assinado
entre o BB e o Sindicato.

“A compensação tem de ser
feita com bom senso e de acordo com a necessidade do banco. Ela não
pode ser usada como vingança contra os funcionários que usaram do
seu legítimo direito de greve. Aliás, durante o fechamento do
acordo com o banco, no final da Campanha Nacional, ficou combinado
entre as partes que a compensação seria feita, acima de tudo, com
bom senso”, conta Jaqueline.

Segundo acordo assinado pelo
banco e pelo Sindicato, as horas paradas na greve não podem ser
descontadas em hipótese alguma e devem ser compensadas até o dia 15
de dezembro, de segunda a sexta (exceto feriado), em no máximo duas
horas diárias. Após este período, todas as horas remanescentes
serão anistiadas, conforme prevê a Cláusula 56ª da Convenção
Coletiva de Trabalho.

“O banco não pode pressionar e nem
fazer planilhas para que os bancários assinem com metas para a
compensação”, ressalta Jaqueline. As horas devem ser compensadas
de forma planejada entre os os gestores e os funcionários,
observando a necessidade do serviço e a disponibilidade do bancário.
O banco não poderá obrigar o funcionário a fazer hora extra para
efeito de compensação dos dias parados. Qualquer lista, tabela ou
outro tipo de coação deve ser denunciado ao Sindicato, assim como a
suspensão de férias ou abonos deve ser comunicada à diretoria da
entidade.

Reunião com o banco –
Nesta quarta-feira, dia 31, o Sindicato se reúne com o BB para
tratar do problema. “Vamos cobrar respeito do Banco do Brasil, mas
desde já reafirmamos aos bancários que não aceitem pressão para
compensação dos dias parados na greve e nem assinem qualquer
planilha apresentada pelos gestores com metas para a compensação.
Esperamos resolver este problema com a ajuda da SRT e com o bom senso
do BB”, finaliza Jaqueline.



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