Depois de oito dias de greve, os bancários arrancaram uma
nova proposta dos bancos nesta terça, dia 25, que prevê reajuste de 7,5% para
os salários (aumento real de 2,02%) e de 8,5% para piso, vales alimentação e
refeição (2,95% de aumento real).
A parte fixa da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e o teto do
adicional subiriam 10% (aumento real de 4,37%). Assim, os R$ 1.400 fixos da
regra básica chegariam a R$ 1.540. E o teto do adicional de R$ 2.800 para R$
3.080.
Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, que participou das negociações
em São Paulo, a proposta de acordo da Fenaban é muito boa e atende grande parte
das reivindicações dos bancários.
“Com a força da greve, conseguimos retomar as negociações e garantimos uma
grande proposta de acordo para encerrarmos mais uma Campanha Nacional
vitoriosa. A orientação do Sindicato e do Comando Nacional é pela aprovação da
proposta e pelo fim da greve”, afirma Jaqueline, lembrando que este é o nono
ano consecutivo que os bancários garantem aumento real de salários.
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Os bancários agora vão decidir se aceitam a proposta em assembleia que será
realizada hoje, dia 26, às 19h, na sede do Sindicato (Av. Manoel Borba, 564,
Boa Vista, Recife).
“No ano passado, foram necessários 21 dias de greve para arrancarmos 1,5%
de aumento real. Neste ano, com uma paralisação ainda mais forte e unitária em
todo o país, em oito dias os bancários conquistaram 2% de ganho real nos
salários e 2,95% no piso, além de outros avanços importantes tanto econômicos
quanto sociais e políticos”, avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT
e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
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aqui para ver a íntegra da nova proposta econômica da Fenaban
Principais itens da proposta da Fenaban
Reajuste – 7,5% (aumento real
de 2,02% pelo INPC).
Piso –
R$ 1.519 (reajuste de 8,5%, o que significa 2,95% de ganho real).
Piso de Caixa – R$ 2.056,89 (reajuste de 8,24%,
o que representa 2,70% de aumento real), incluindo as verbas de caixa.
Auxílio-refeição – R$ 472,15 por mês (R$ 21,46 por
dia), o que representa reajuste de 8,5%.
Cesta-alimentação e 13ª
cesta-alimentação – R$ 367,90
(reajuste de 8,5%).
PLR – Regra básica: 90% do salário mais R$ 1.540 fixos
(reajuste de 10%), com teto de R$ 8.414,34. Caso a distribuição do lucro
líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, os valores serão
aumentados para 2,2 salários, com teto de R$ 18.511,54.
PLR adicional – 2% do lucro líquido distribuídos
linearmente, com teto de R$ 3.080 (reajuste de 10%).
Antecipação da PLR – 54% do salário mais valor fixo
de R$ 924,00, com teto de R$ 5.048,60 e parcela adicional de 2% do lucro
líquido do primeiro semestre distribuído linearmente, com teto de R$ 1.540,00. A
antecipação da PLR será paga até dez dias após a assinatura da Convenção
Coletiva e a segunda parte até 1º de março de 2013.
Avanços sociais
No tema saúde dos trabalhadores, a Fenaban aceitou a reivindicação de que os
salários dos bancários afastados que aguardam perícia médica sejam mantidos
pelos bancos até que seja regularizada a situação junto ao INSS. Há inúmeros
casos em que o trabalhador recebe a alta programada do INSS, mas acaba sendo
considerado inapto no exame de retorno ao trabalho realizado pelos bancos,
ficando sem benefício do INSS e sem salário.
A Fenaban também assumiu o compromisso com a proposta do Comando de fazer um
projeto-piloto para experimentar medidas defendidas pelos bancários e
vigilantes para a melhoria da segurança nos bancos, como portas de segurança,
biombos entre a fila e os caixas, e divisórias entre os caixas, inclusive os
eletrônicos, dentre outras demandas. A Fenaban indicou as cidades de Recife,
Olinda e Jaboatão para a realização do projeto-piloto, com participação e
acompanhamento dos bancários nas etapas.
Os bancos aceitaram ainda a proposta do Comando de realizar um novo censo na
categoria para verificar questões como gênero e raça, na perspectiva da
igualdade de oportunidades, nos moldes do Mapa da Diversidade, feito em 2008.
Não desconto dos dias parados
Em relação aos dias de greve, a Fenaban propôs a manutenção da regra de
compensação dos dias parados até 15 de dezembro deste ano, nos mesmos moldes da
convenção coletiva do ano passado.