Atualmente mais da metade da população brasileira (53%) fazem parte da
classe média, o que significa um total de 104 milhões de brasileiros.
Nos últimos dez anos, foram 35 milhões os brasileiros incluídos na
classe média. Os dados foram divulgado na quinta-feira (20) pela
Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República no
estudo Vozes da Classe Média.
A pesquisa classifica como classe média os que vivem em famílias com
renda per capita mensal entre R$ 291 e R$ 1.019 e tem baixa
probabilidade de passar a ser pobre no futuro próximo.
De acordo com o estudo, a expansão desse segmento resultou de um
processo de crescimento do país combinado com redução na desigualdade. A
estimativa é que, mantidas a taxa de crescimento e a tendência de queda
nas desigualdades dos últimos dez anos, a classe média chegue a 57% da
população brasileira em 2022.
Os dados indicam que a redução da classe baixa foi mais intensa do que a
expansão da classe alta. De 2002 a 2012 ascenderam da classe baixa para
a média, 21% da população brasileira, enquanto da classe média para a
alta ascenderam 6%.
O ministro da SAE, Moreira Franco, destacou o importância do crescimento
da classe média para movimentar e impulsionar a economia do país, pois
essa fatia da população responde por 38% da renda e do consumo das
famílias. “Em torno de 18 milhões de empregos foram criados na última
década, esses empregos formais foram associados a uma política adequada
de salário mínimo que deu ganhos reais acima da inflação aos
brasileiros”, disse Franco.
O crescimento da renda da classe média tem sido maior do que o do
restante da população, de acordo com os dados apresentados no estudo.
Enquanto na última década a renda média desse segmento cresceu 3,5% ao
ano, a renda média das famílias brasileiras cresceu, no mesmo período,
2,4% ao ano.
“A classe média brasileira vai movimentar em 2012 cerca de R$ 1
trilhão”, estimou Renato Meirelles, do instituto de pesquisa Data
Popular, que participou da elaboração do estudo.
O estudo usa como base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Instituto Data Popular.