O número de pessoas desempregadas no Brasil caiu 19,3% entre 2009 e
2011. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2011
(Pnad), divulgada nesta sexta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas no país que
procuraram emprego e não conseguiram passou de 8,2 milhões em 2009 para
6,6 milhões em 2011.
A taxa de desemprego também caiu, de 8,2% para 6,7% no período,
atingindo o menor patamar, pelo menos, desde 2004. Segundo a gerente da
Pnad, Maria Lucia Vieira, a grande redução do desemprego entre 2009 e
2011 reflete a recuperação econômica do país nesse período, depois da
crise econômica.
“A taxa de desocupação vinha caindo desde 2004, mas, em 2009, com a
crise, a taxa subiu, apesar de não ter subido tanto na comparação com
outros países. A crise teve um reflexo no mercado de trabalho do país,
na época. Em 2011, a taxa caiu ficando abaixo inclusive do que a gente
vinha observando desde 2004. Isso significa que as pessoas estão
conseguindo ocupações no mercado de trabalho”, disse.
Em todas as regiões do país, a taxa de desemprego caiu. A Região Sul
apresentou o menor índice em 2011: 4,3%. Mas as maiores quedas, entre
2009 e 2011, foram registradas nas regiões Centro-Oeste (de 7,7% para
5,8%) e Sudeste (de 8,8% para 7%). Já a Região Nordeste apresentou a
maior taxa de desemprego em 2011 (7,9%) e a pior evolução no período de
dois anos (de 8,9% para 7,9%).
A queda também foi generalizada para as faixas etárias, com destaque
para a população de 18 a 24 anos, cuja taxa passou de 16,6% em 2009 para
13,8% em 2011. O IBGE verificou que, quanto mais velha for a pessoa,
menor a taxa de desemprego. Entre os jovens de 15 a 17 anos, o índice
ficou em 22,9%, enquanto entre os adultos com 50 anos ou mais ficou em
2,4%.
A Pnad também avaliou o perfil do desempregado no país. Em 2011, 59% das
pessoas que procuravam trabalho eram mulheres, 57,6% eram pretas ou
pardas, 53,6% não tinham concluído o ensino médio, 33,9% eram jovens de
18 a 24 anos e 35,1% buscavam o primeiro emprego.
A pesquisa mostrou que, apesar da queda da taxa de desemprego, o
percentual de pessoas empregadas no país diminuiu de 62,9% para 61,7%. A
redução dos dois indicadores (taxas de desocupação e de ocupação)
mostra que o número de pessoas que não estão trabalhando nem procurando
emprego (população não economicamente ativa) cresceu no país.
O número absoluto de pessoas empregadas cresceu 1,1% no país e chegou a
92,5 milhões em 2011. Apenas a Região Nordeste teve queda no número
absoluto de pessoas empregadas (-0,9%) que chegou a 23,2 milhões. A
redução de cerca de 200 mil pessoas na força de trabalho nordestina pode
ser explicada, em grande parte, pela saída de adolescentes do mercado
entre 2009 e 2011.