A geração de empregos formais caiu quase pela metade entre agosto de
2011 e de 2012 e atingiu o nível mais baixo desde 2003, segundo dados do
Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do
Trabalho e Emprego, divulgados hoje (20).
Em agosto deste ano, foram criados 100,9 mil postos no mercado de
trabalho, diferentemente dos 190,4 mil em 2011. Em 2003, o balanço de
agosto chegou a 79,7 milhões. O saldo atual é o resultado de 1,8 milhões
admissões e 1,7 milhões demissões.
De acordo com o secretário substituto de Políticas Públicas do
ministério, Rodolfo Torelly, o resultado foi uma “surpresa”, mas não
chega a ser motivo de alarde , considerando o contexto da crise
econômica mundial.
Segundo ele, a queda pode ser atribuída ao comportamento instável e
menos previsível do mercado em relação aos meses anteriores. “Quase
todos os setores tiveram perda de dinamismo e geraram menos emprego que o
normal “, disse.
Para Torelly, setembro deverá demonstrar mais precisamente como ficará a
evolução do emprego em 2012. O Ministério do Trabalho prevê que o
próximo mês apresente índice maior que o de agosto, mas abaixo do de
setembro do ano passado.
A agricultura foi o setor que teve o pior índice de agosto, com saldo
negativo de 16,6 mil postos, devido à perda de postos, em lavouras de
café em Minas Gerais e no Espírito Santo. Em contrapartida, serviços foi
o setor com melhor desempenho, com a geração de 54,3 mil empregos,
seguido pelo comércio (31,3 mil) e pela indústria de transformação (16,4
mil). Os destaques foram os serviços em ensino, alimentação e na área
médico-hospitalar.
De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta
quinta-feira, a taxa de desocupação no país ficou em 5,2%, indicando
alta empregabilidade no país.
Para Torelly, os dados não são comparáveis com os do ministério porque a
pesquisa do IBGE considera os mercados formal e informal, ou seja,
contabilizando também trabalhadores sem carteira assinada. O Caged, por
sua vez, trata apenas de funcionários celetistas.
Além disso, a PME considera seis regiões metropolitanas para o estudo,
enquanto o Caged abarca todo o universo de trabalhadores.
O secretário ainda informou que os dados do Caged confirmaram a alta
rotatividade no mercado brasileiro e que o ministério vem estudando
medidas para combater o fenômeno. “Não é possível que seja necessário
admitir 1,8 milhão de pessoas e demitir 1,7 milhão, para que sejam
criados 100 mil empregos”.