A Grassroots International, organização de direitos humanos e
desenvolvimento internacional baseada nos Estados Unidos, iniciou uma
campanha internacional de denuncia da violência física e psicológica que
as famílias de trabalhadores rurais Sem Terra, do Acampamento Gregório
Bezerra, no município de Altinho (PE), vêm sofrendo há mais de um ano
por parte do representante da Fazenda Serro Azul, Sr. Luiz Reis, e do
Policial Militar Roberto José da Costa Lima.
A campanha consta do
envio de cartas à órgãos dos governos estadual e federal, entre eles o
Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra), Carlos Guedes de Guedes, a secretária de Desenvolvimento Social
e Direitos Humanos de Pernambuco, Laura Gomes e a Secretária Especial
de Direito Humanos.
Participe da Campanha e mande sua carta
A
campanha requer providências urgentes no sentido de: “Fazer cessar
imediatamente a situação de violência física e moral contra
trabalhadores rurais que lutam por acesso a direitos humanos; investigar
e punir os agentes privados e de Estado responsáveis pelo cometimento
de graves crimes contra os trabalhadores rurais; viabilizar aos
trabalhadores rurais acesso à terra que lhes garanta vida digna, único
modo eficaz de evitar definitivamente os conflitos sociais”, afirma a
carta.
No segundo dia de campanha já havia sido enviadas mais de
7.500 cartas. “Estamos tendo uma reação impressionante na ação de
solidariedade com as famílias acampadas na fazenda Serro Azul”, disse
Saulo Araújo, coordenador de Programa para a América Latina da
Grassroots International.
Essa é a segunda campanha lançada pela
Grassroots International para mobilizar a comunidade internacional e
exigir providências do governo de Pernambuco e do governo federal contra
as graves violações de direitos humanos sofridas pelas famílias do
acampamento. A primeira foi realizada em maio desse ano, com quase 8.000
cartas enviadas ao Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e à
Secretária Especial de Direitos Humanos do Governo Federal.
Infelizmente
nem assim o estado brasileiro agiu. Segundo Saulo, a meta agora é
alcançar 15.000 cartas. “Se mesmo assim não funcionar, vamos acionar o
pessoal para ligar para os alvos. O velho telefone nunca falha”, disse.