Bancários fecham 5.132 agências em todo o país no primeiro dia da greve

Os bancários fecharam
pelo menos 5.132 agências e centros administrativos de bancos
públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal nesta
terça-feira 18, primeiro dia da greve nacional da categoria por
tempo indeterminado por 5% de aumento real, valorização do piso
salarial, PLR maior, mais empregos e fim da rotatividade, melhores
condições de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e
igualdade de oportunidades.

O balanço, feito pela Contraf-CUT
com base nos dados enviados até as 17h30 pelos 137 sindicatos que
integram o Comando Nacional dos Bancários, mostra que a paralisação
começou mais forte que a do ano passado, quando 4.191 agências
foram paralisadas no primeiro dia.

“Os bancos empurraram
os bancários para a greve com sua postura intransigente – e vão se
surpreender. A forte paralisação, inclusive nos bancos privados,
mostra a indignação da categoria com a recusa dos banqueiros em
atender nossas reivindicações, propondo apenas 6% de reajuste, ao
mesmo tempo em que aumentam em 9,7% a remuneração já milionária
de seus altos executivos, que chegam a receber R$ 8,4 milhões por
ano”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e
coordenador do Comando Nacional dos Bancários. 

“Condições
financeiras os bancos têm de sobra para atender às reivindicações
dos bancários, uma vez que as seis maiores instituições
apresentaram R$ 25,2 bilhões de lucro líquido somente no primeiro
semestre, mesmo maquiando os balanços com R$ 39,15 bilhões de
provisões para devedores duvidosos apesar da inadimplência baixa”,
acrescenta Cordeiro. “Além do mais, a proposta feita pelos
bancos, o setor mais sólido e rentável da economia, de 0,58% de
aumento real é um índice bem menor do que a grande maioria das
empresas de outros segmentos concederam a seus trabalhadores nos
acordos assinados no primeiro semestre.”

Os bancários
aprovaram greve por tempo indeterminado nas assembleias realizadas em
todo o país no dia 12 de setembro, depois de cinco rodadas duplas de
negociação com a Fenaban. Os bancos apresentaram a única proposta
no dia 28 de agosto. O índice de 6% foi considerado insuficiente
pelo Comando Nacional. 

A Contraf-CUT enviou cartas à
Fenaban e aos bancos no dia 5 de setembro para reafirmar que apostava
no processo de negociação e aguardava uma nova proposta para ser
apreciada pelas assembleias previamente convocadas para os dias 12 e
17 de setembro. Mas a federação e os bancos sequer responderam às
cartas.

“Esse longo silêncio dos banqueiros é que levou
à greve. Continuamos abertos à retomada das negociações e
aguardamos que a Fenaban reabra o diálogo e apresente uma proposta
decente para levarmos às assembleias dos bancários. Se isso não
ocorrer, vamos intensificar a mobilização e fazer a maior greve dos
últimos anos para garantir avanços econômicos e sociais”,
conclui Carlos Cordeiro.

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