Bancários entram em greve por tempo indeterminado

A
Fenaban ignorou o prazo oferecido pelo Comando Nacional dos Bancários
para apresentar uma proposta decente às reivindicações da
categoria até esta segunda-feira, dia 17. Diante do descaso dos
bancos, os bancários de todo o país entram em greve por tempo
indeterminado a partir desta terça-feira, dia 18. Entre as
principais reivindicações estão 5% de aumento real, valorização
do piso salarial, PLR maior, mais empregos e fim da rotatividade,
melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas
agências e igualdade de oportunidades.

A paralisação foi
aprovada nas assembleias realizadas na última quarta-feira, dia 12,
e ratificada pelos bancários nesta segunda-feira, dia 17. Mais de
300 pessoas participaram da assembleia em Pernambuco. “Os bancários
estão revoltados com o descaso dos bancos nas negociações. Por
isso, a greve deve ser muito forte este ano”, comenta a presidenta
do Sindicato, Jaqueline Mello.

Para Jaqueline, a greve dos
bancários é de inteira responsabilidade dos bancos. “Passamos
mais de um mês negociando as nossas reivindicações e infelizmente
não conseguimos construir uma proposta de acordo através do
diálogo. O Comando Nacional dos Bancários, como sempre, apostou nas
negociações, mas os bancos preferiram empurrar seus funcionários
para a greve, mostrando toda a sua irresponsabilidade com bancários
e clientes”, afirma.

O Sindicato realiza nesta terça-feira,
às 17h, reunião com os bancários para avaliar o primeiro dia de
greve e organizar os próximos passos da luta. O encontro será na
sede da entidade (Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife).

>> Confira as orientações para a greve

Impasse
nas negociações –

Apesar dos lucros recordes, mesmo maquiando os balanços com o
superdimensionamento das provisões para devedores duvidosos, e de
premiarem os altos executivos com aumentos reais de 9,7% sobre sua
remuneração já milionária, os bancos se recusam a atender as
reivindicações. “Os bancários responderão a essa intransigência
com uma greve forte que nos anos anteriores”, afirma Carlos
Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando
Nacional.

Depois de quase um mês de negociações, a Fenaban
apresentou no dia 28 de agosto a proposta de 6% de reajuste, contendo
apenas 0,58% acima da inflação, mesmo sabendo que a grande maioria
dos outros setores da economia, menos lucrativos que o financeiro,
fizeram acordos com aumentos reais bem acima desse índice. O Comando
Nacional considerou a proposta insuficiente e esperava uma nova
oferta na rodada de negociação realizada dia 4 de setembro, mas os
bancos mantiveram-se intransigentes.

Apesar da carta enviada
pela Contraf-CUT à Fenaban no dia 5 de setembro, para informar o
calendário de mobilização e reafirmar que os trabalhadores
apostavam em uma solução positiva na mesa de negociação, até
agora os bancos nada responderam nem marcaram nova rodada de
negociação.

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