Bancários de Pernambuco aprovam greve a partir da próxima terça-feira

Os bancários de
Pernambuco aprovaram nesta quarta, dia 12, a deflagração de greve
por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira, dia 18. Em
assembleia realizada na sede do Sindicato, os bancários repudiaram a
única proposta apresentada pelos bancos durante as negociações da
Campanha 2012, que prevê reajuste salarial de 6% ante os 10,25%
reivindicado pelos trabalhadores.

“Agora, vamos construir
uma grande greve para pressionar os bancos e garantir uma proposta de
acordo que atenda as nossas reivindicações”, explica a presidenta
do Sindicato, Jaqueline Mello. Segundo ela, a disposição de luta
dos bancários está muito forte e a expectativa é de que a greve,
também aprovada em outros estados, seja uma das maiores dos últimos
anos.

A assembleia desta quarta contou com a participação de
cerca de 300 bancários de bancos públicos e privados, que lotaram o
auditório do Sindicato. Na próxima segunda-feira, dia 17, véspera
da greve, o Sindicato faz uma nova assembleia, às 19h, para
organizar a paralisação.

Irresponsabilidade dos bancos –
Para Jaqueline, a greve que será encampada pelos bancários é
de inteira responsabilidade dos bancos. “Passamos mais de um mês
negociando as nossas reivindicações e infelizmente não conseguimos
construir uma proposta de acordo através do diálogo. O Comando
Nacional dos Bancários, como sempre, apostou nas negociações, mas
os bancos preferiram empurrar seus funcionários para a greve,
mostrando toda a sua irresponsabilidade com bancários e clientes”,
afirma.

Jaqueline lembra que praticamente todas as categorias
que já encerraram sua campanha salarial este ano conseguiram
reajustes melhores que no ano passado, sendo que alguns segmentos
conquistaram 5% de aumento acima da inflação. “E olhe que nenhum
setor da economia brasileira lucra como os bancos. Só as cinco
maiores instituições financeiras do Brasil garantiram R$ 25,2
bilhões de lucro no primeiro semestre deste ano. Ou seja, os bancos
têm todas as condições de valorizar seus funcionários e é por
isso que estamos lutando”, explica.

Segundo pesquisa
realizada pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores
do Ramo Financeiro), o piso salarial dos bancários brasileiros é um
dos mais baixos no continente. Enquanto os bancos pagam piso de 1.090
dólares no Uruguai e de 1.200 dólares na Argentina, aqui no Brasil
é de apenas 681 dólares (ou seja, R$ 1.400). Isso significa que o
piso do bancário hoje é 58% do salário mínimo do Dieese de R$
2.416, o que está sendo reivindicado.

“Os bancos se recusam
a melhorar o piso e a PLR, não querem discutir a questão do emprego
e sequer atenderam nossas reivindicações sobre saúde, condições
de trabalho, igualdade de oportunidades e segurança. Diante desse
descaso, não restou outra alternativa aos bancários senão a
greve”, afirma Jaqueline.

Importância da mobilização –
Nos últimos oito anos, os bancários tiveram de encarar greves em
todas as campanhas. Graças à mobilização, a categoria conquistou
13,9% de aumento real nos salários e 31,7% no piso neste período.
“Os resultados das últimas campanhas mostram que vale a pena
lutar. É por isso que convocamos todos os bancários para engrossar
a greve e fortalecer a nossa luta. Os bancários formam uma das
categorias que mais têm direitos no Brasil, mas nada veio de graça.
Todas as nossas conquistas são resultados da luta e este ano não
será diferente. Vamos mostrar aos bancos a nossa força e garantir,
assim, mais uma campanha vitoriosa”, finaliza Jaqueline.

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