Na próxima
sexta-feira, 7 de setembro, os movimentos sociais têm encontro
marcado, a partir das 8 horas, na Praça Oswaldo Cruz, de onde
marcham pela Avenida Conde da Boa Vista. É o 18º Grito dos
Excluídos que, há quase 20 anos, se contrapõe aos desfiles
oficiais da Independência para lembrar que falta muito para o Brasil
conquistar a soberania. O Sindicato, como sempre, marca presença.
As atividades do Grito não se restringem ao 7 de setembro.
Desde o início desta semana, uma programação de seminários e
mobilizações acontece no Recife. Nesta terça, por exemplo, foi
realizado o Pré-Grito, um ato público na esquina da Conde da Boa
Vista com a Rua Sete de Setembro para chamar a atenção da
sociedade. “O Sindicato estava lá, lembrando que o Grito é,
também, por um banco com responsabilidade social, a serviço do
Brasil”, diz o diretor do Sindicato, Ronaldo Cordeiro.
Também
nesta terça, movimentos sociais lançaram o Fórum pelo Direito à
Saúde e contra as privatizações. Nesta quarta, é a vez das
entidades ligadas à educação realizarem um ato, na Praça do
Diário, em favor das cotas para estudantes de escolas públicas nas
universidades federais. Na quinta, véspera do Grito, haverá
seminário contra a criminalização da luta e pelo direito de greve,
na sede do Movimento dos Trabalhadores Cristãos.
O lema deste
ano, “Queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta
direitos a toda população”, é uma forma de chamar a atenção
dos governantes, ou dos que pretendem sê-lo, para a omissão do
Estado. “É obrigação dos que comandam o país garantir uma vida
digna para a população. No entanto, o que a gente vê, há décadas,
é que o Estado está servindo aos banqueiros, aos empresários, aos
latifundiários, à elite econômica do país. Não à população”,
afirma Sandra Gomes, que é parte das Comunidades Eclesiais de Base e
integra a coordenação do Grito dos Excluídos no Recife.
Realizado
há quase vinte anos no dia 7 de setembro, a atividade foi, a
princípio, proposta pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil). Ano a ano, passou a ser encampada por movimentos sociais,
populares e sindicais. E acabou por se tornar um momento de unir
todas estas entidades da sociedade civil.