Para Mantega, bancos ainda cobram taxas de juros inadequadas

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira (30) que –
apesar da redução da taxa de juros, a Selic, de 8% para 7,5% ao ano,
anunciada ontem (29) pelo Banco Central – os bancos ainda cobram uma
taxa de juros inadequada. Segundo ele, no entanto, com a diminuição da
Selic, o Brasil atinge um patamar “quase civilizado” da taxa básica de
juros, o que a coloca em um patamar mais adequado para estimular a
produção no país.


“Essa mudança de patamar de juros causa impacto extraordinário na
economia brasileira, uma mudança estrutural profunda que vai fazer com
que a produção seja privilegiada em relação à aplicação brasileira. Você
canaliza a poupança do país para a produção”, disse o ministro ao
participar da 39ª reunião do pleno do Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto.


Segundo o ministro, a redução da taxa de juros é a boa notícia e a má
notícia é que a queda do spread não atingiu os níveis esperados. “Houve
também queda do spread, porém, ainda não estamos com uma taxa de juros
adequada praticada pelos bancos de modo que possa estimular o consumo”,
disse.


Para Mantega, a economia brasileira começa se aquecer e a prioridade do
governo é aumentar o nível de investimentos do país, sobretudo em
infraestrutura.


O ministro da Fazenda iniciou o discurso na reunião dizendo que a
situação da economia internacional continua ruim. Segundo ele, os países
avançados permanecem “empurrando com a barriga” seus problemas e o
cenário não será resolvido a curto prazo. “Em termos de gravidade, o que
está acontecendo em 2012 é pior do que o que estava acontecendo em
2009. Estamos em uma fase pior da crise do que estávamos em 2008, em
2009. É uma crise mais prolongada que tem causado mais danos.”


Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) fez a
nona redução consecutiva da Selic. Após a reunião em que foi decidida a
queda a taxa básica de juros, os diretores do BC divulgaram nota
informando que optaram, por unanimidade, manter a política de
afrouxamento do processo monetário.

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