Quase a totalidade dos acordos salariais assinados no primeiro semestre
de 2012 resultou em ganhos reais para os trabalhadores, aponta balanço
do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese), divulgado nesta quinta-feira (30).
Segundo a pesquisa, que leva em conta as negociações registradas no
Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS) do departamento, 97% dos 370
reajustes superaram a inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços
ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Os ganhos ficaram, em média, 2,23% acima do INPC. De acordo com o
Dieese, esse é o melhor resultado das negociações salariais desde 1996.
Apenas duas categorias registradas no SAS tiveram reajustes abaixo da
inflação. O departamento, no entanto, ressalta que a diferença é
pequena, pois representa perda de 0,08%.
O resultado da pesquisa mostra que houve elevação do aumento real
conquistado pelos trabalhadores. Na comparação com os quatro anos
anteriores, constatou-se que 29% das categorias tiveram ganho real de 2%
e 3% em 2012.
No ano passado, por exemplo, somente 9,7% das negociações resultaram
nesse mesmo percentual de incremento. Também foi significativo, de
acordo com o Dieese, o número de categorias (14%) com reajustes de 4% de
ganho real no salário.
Por setor econômico, a indústria e o comércio tiveram percentuais
semelhantes à taxa geral. Nessas áreas, 98% das negociações resultaram
em ganhos reais, sendo que em nenhuma delas houve reajuste abaixo da
inflação. No setor de serviços, o percentual cai um pouco e fica em 94%,
com registro de 1,3% das negociações com reajustes abaixo do INPC.
Na análise por região geográfica, todas tiveram aumentos reais em maior
proporção. O Centro-oeste, no entanto, merece destaque, considerando que
as 32 negociações analisadas resultaram em conquistas financeiras reais
nos salários. Apenas as regiões Norte e Nordeste tiveram categorias com
reajuste abaixo da inflação.