Caixa anuncia que abrirá 500 agências e mil lotéricas até final de 2013

A Caixa Econômica Federal vai abrir 500 novas agências e mais mil casas
lotéricas para estar presente em todos os 5. 563 municípios do país até o
fim de 2013. A instituição já fez concursos e vai contratar 12 mil
funcionários até o ano que vem. Desses, 3.500 foram chamados este ano.
“Sem as nossas contratações, o saldo do emprego no setor bancário seria
negativo”, disse o presidente da Caixa, Jorge Hereda, ontem ao Valor.


Essa mão de obra será necessária para viabilizar os planos de expansão e
de modernização tecnológica do banco. São planos ambiciosos, mas,
segundo o presidente, ” elaborados com muito planejamento e
responsabilidade”.


O crescimento projetado para a carteira comercial é resultado de longa
discussões nos últimos dois anos, sobre a necessidade de dar um novo
equilíbrio ao banco. Hoje as carteiras imobiliária e de governo
(projetos de infra-estrutura) representam quase 70% dos empréstimos da
instituição. “Esse osso nós não vamos largar. Para nós, isso é sagrado”,
afirmou Hereda. A direção do banco, no entanto, decidiu fazer uma
revisão geral no planejamento estratégico e dar novos rumos à Caixa.


“Já fomos o 2º maior banco do país. Hoje somos o 4º e lançamos o desafio
de estarmos entre os três maiores em dez anos”. Para isso, foram
abertas novas fronteiras de expansão e estabelecidas várias metas de
crescimento. Para viabilizar toda a expansão, a Caixa está concluindo a
negociação de capitalização com o Tesouro. Hoje a instituição está com
índice de Basileia baixo, em torno de 12%, abaixo da média de mercado.


A carteira de veículos que dá à Caixa 4% do mercado deve subir, com a
ajuda do PanAmericano, para 10% até o fim do ano. A área de seguros e
previdência, que para alguns grandes bancos representa 20% a 25% do
resultado, na Caixa corresponde a 10% e tem que crescer. Se o crédito
rural corresponde a algo entre 8% e 10% do mercado de crédito, a Caixa
tem que ter um pedaço desse negócio. “Há oportunidade para nós em todos
os campos”, avalia o presidente.


Ele conta que, quando a presidente Dilma Rousseff decidiu atacar os
altos juros cobrados pelos bancos e os elevadíssimos “spreads”, a Caixa
“enxergou uma oportunidade” e foi o banco mais agressivo no corte do
custo do dinheiro nas diversas linhas de crédito. “Preferimos dividir
uma parte do lucro com nossos clientes, porque entendemos que quem pular
na frente agora vai estar em vantagem, pois haverá um reposicionamento
dos bancos em um mercado de juros mais baixos”.


Parte do lucro, portanto, foi usado para “correr atrás dos clientes” e
ele garante que a estratégia está dando certo. Em 2007, antes da crise
global, a Caixa tinha 6% do crédito total do sistema bancário. Em junho
deste ano, a fatia subiu para 13,7% e Hereda sustenta que ao fim do ano
estará em 14,5% a 15%.


Aos que olham esses dados e enxergam problemas sérios mais adiante –
como, aliás, a Caixa já teve nos anos 90 – o presidente mostra a
inadimplência, que é baixa, de 2,04%, e garante que os modelos de risco
da instituição estão entre os melhores do mercado.

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