A Organização Internacional do Trabalho (OIT) cobrou nesta sexta-feira
(24) das autoridades da África do Sul melhores condições para que os
trabalhadores em minas desempenhem suas atividades. A cobrança ocorre
uma semana depois que 34 mineiros foram mortos durante embates com
policiais, na região de Marikana, no Noroeste da África do Sul.
Para especialistas, foi o pior acontecimento desde o fim do apartheid (o regime de segregação racial), em 1994.
O incidente gerou críticas e polêmicas no país e no exterior. Os
mineiros revindicavam aumento de salários e melhores condições de
trabalho. Em comunicado, a OIT destaca os avanços sociais registrados no
país desde que acabou o apartheid.
Para Martin Hahn, especialista em mineração da OIT, é fundamental garantir mais segurança aos trabalhadores do setor.
A organização reconhece, no entanto, que o governo sul-africano adotou
uma série de medidas para melhorar as condições de trabalho na
mineração, reduzindo o número de mortes de 774, em 1984, para 128, em
2010.
Hahn lembrou que os mineiros trabalham em áreas subterrâneas, submetidos
aos riscos de queda de pedras e expostos à poeira, a ruídos intensos, à
fumaça e a temperaturas elevadas. Segundo ele, os mineiros sofrem com
doenças, como a silicose e tuberculose. Também há registros de casos de
HIV/aids. Mais informações estão no site da OIT.
De acordo com a organização, a indústria de mineração tem aumentado, nos
últimos anos, na África do Sul. Em 2008, 2,7% da população
economicamente ativa estavam empregados no setor.