Com indício de fraude, lucro do BNB cai 18% e atinge R$ 246 mi no semestre


Operações suspeitas de irregularidades em análise no Banco do Nordeste
(BNB) derrubaram o lucro da instituição federal no primeiro semestre
deste ano. De acordo com o balanço, divulgado dia 20, o banco obteve
lucro líquido de R$ 246 milhões entre janeiro e junho, um recuo de 18%
em relação ao mesmo intervalo de 2011, quando o ganho foi R$ 300
milhões.


“Desde o início das publicações, a Contraf-CUT e o Sindicato dos
Bancários do Ceará exigiram a devida apuração das denúncias, a punição
dos culpados e a troca de toda a diretoria do banco, entregando
inclusive pedido formal à Secretaria da Presidência da República. Já
sabíamos que um dos efeitos seria a redução do lucro do banco,
comprometendo as diversas políticas, inclusive o atendimento de
reivindicações dos bancários”, afirma Miguel Pereira, secretário de
Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.


O presidente do BNB, Paulo Ferraro, disse que o lucro menor reflete o
crescimento das provisões para “contingências referentes às operações
que estão sendo analisadas”. Em junho, auditoria da Controladoria Geral
da União (CGU) apontou indício de fraudes na liberação de empréstimos.


O executivo, entretanto, não soube informar o valor da provisão
adicional. De acordo com o balanço do BNB, o montante dedicado a
provisões para passivos contingentes avançou 154% no primeiro semestre
deste ano, para R$ 89,3 milhões.


Com um novo direcionamento estratégico, voltado à priorização do
“crédito aos pequenos”, o BNB registrou um crescimento de 21% no número
de operações realizadas nos seis primeiros meses deste ano, em
comparação com o mesmo período de 2011. O valor emprestado, porém,
avançou apenas 2,5%, fechando o semestre em R$ 9,75 bilhões.


O volume de recursos de longo prazo recuou 13,4% entre janeiro e junho,
para R$ 4,05 bilhões. O presidente do BNB explicou que a redução resulta
do menor número de operações com empresas de grande porte, mais
volumosos.


Já os empréstimos de curto prazo apresentaram avanço de 11% sobre os
seis primeiros meses de 2011, encerrando o primeiro semestre em R$ 4,93
bilhões. Estão contemplados nessas operações os programas de
microcrédito rural e urbano do BNB, principal agente dessa categoria no
país.


“Trabalhando com maior ênfase no atendimento aos mini, micro e pequenos
empreendedores, o Banco do Nordeste reforça o seu papel e suas
diretrizes como órgão de desenvolvimento regional no apoio a esses
segmentos de clientes”, informou o banco em seu relatório.


O BNB captou US$ 300 milhões no mercado americano, por meio da emissão
de títulos com vencimento em sete anos. Segundo o relatório, o custo da
operação foi “um dos mais baixos já pagos por uma instituição
brasileira” para este prazo. O presidente, porém, não soube revelar a
taxa com exatidão.

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