Com um ato no prédio
da Rio Branco, na última sexta-feira, dia 17, os funcionários do
Banco do Brasil mostraram que estão dispostos a buscar avanços
nesta Campanha Nacional. Na agência Recife e nos vários
departamentos que ficam no local, o Sindicato denunciou a
intransigência demonstrada pelo banco nas primeiras rodadas de
negociação, dias 14 e 15. Logo no início do expediente, os
trabalhadores participaram de uma reunião e trocaram informações
sobre os rumos da campanha e a importância da mobilização.
Um
recado especial foi dado para os comissionados: “Lembramos que eles
são funcionários como todos os outros e que a comissão é paga
pela responsabilidade a mais, como já vem sendo reconhecido pela
própria Justiça do Trabalho nas ações pelo pagamento da sétima e
oitava horas. Comissão não remunera a consciência nem exclui o
direito de greve”, ressalta o secretário-geral do Sindicato,
Fabiano Félix.
>> Veja galeria de fotos da mobilização no BB
Reuniões semelhantes vêm sendo realizadas
desde o final de junho em diversas agências da Região
Metropolitana. Em agosto, por exemplo, já foram realizados debates
nas agências de Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho, Shopping
Guararapes, Prefeitura do Recife, Paulista e Agência Recife. Para
esta semana, já está programada reunião na unidade de Casa
Amarela, na quinta-feira, 23. E, semana que vem, haverá discussão
todos os dias: nas agências da Cidade Universitária, Marim dos
Caetés, Ceasa, Avenida Norte e Casa Forte. “Temos reuniões
marcadas até o mês de setembro”, diz Fabiano.
Segundo o
dirigente, existe um sentimento de luta por parte dos empregados.
“Nestes encontros, a gente aproveita para desconstruir o discurso
do banco em relação à crise internacional. O balanço da empresa
aponta que as provisões para liquidação duvidosa foram muito
aumentadas. Ou seja, o Banco do Brasil criou um colchão de segurança
tal, que a crise não pode ser usada como argumento para deixar de
garantir as reivindicações dos trabalhadores”, explica
Fabiano.
A garantia da jornada de seis horas para todos é
outro ponto bastante discutido nas reuniões. O Sindicato lembra que
o banco vem sofrendo condenações sucessivas no Judiciário por
conta da sétima e da oitava horas trabalhadas e isso está gerando
um grande passivo trabalhista, o que também pode ser um elemento de
pressão por parte dos funcionários.
A jornada de seis horas
para todos foi objeto da primeira rodada de negociação, no dia 14,
junto com outras cláusulas de emprego e jornada. No dia 15, foram
discutidas questões referentes à saúde, condições de trabalho,
previdência e isonomia. Em ambos os casos, o banco negou todas as
reivindicações. “Se o BB está nos apontando como única saída o
caminho da greve, então vamos passar por ela com a mesma convicção
com a qual já a encaramos nas campanhas passadas. E, com certeza,
sairemos vitoriosos”, conclama Fabiano.