Durante a segunda
rodada de negociações específicas da Campanha Nacional 2012,
realizada nesta sexta-feira (17), em Brasília, o Comando Nacional
dos Bancários cobrou da Caixa Econômica Federal o atendimento às
reivindicações sobre saúde do trabalhador e Saúde Caixa. Os
representantes dos empregados frisaram a necessidade de avanços no
trato dos problemas existentes nessa área, não priorizados pelas
Gipes.
De acordo com a secretária de Bancos Públicos do
Sindicato, Daniella Almeida, as negociações com a Caixa estão
lentas, já que o banco sequer apresentou contraproposta para as
reivindicações discutidas até agora. “Já debatemos as
reivindicações de isonomia, Funcef, pagamento do
tíquete-alimentação aos aposentados, carreira e definição de
critérios para descomissionamento e saúde. Até agora, a Caixa não
aceitou nenhuma reivindicação e também não apresentou
contraproposta. Diante do impasse, vamos ampliar a mobilização e
mostrar para o banco que queremos avanços nas negociações”, diz
Daniella.
Nas negociações de sexta passada foi destaque
entre as propostas apresentadas pelo Comando a de criação de
unidades específicas para Saúde do Trabalhador e Saúde Caixa, no
mínimo uma por estado, com estruturas técnica e administrativa
compatíveis com suas atribuições, eliminando-se a terceirização
de atividades e garantindo a qualificação dos empregados, com a
criação de representações dessa nova área em todas as
Superintendências Regionais. Também é visto como essencial para
melhorar a gestão a formação de equipes treinadas para atender as
diversas demandas.
Em resposta a essa reivindicação, a
Caixa afirmou não ter clareza se o caminho mais adequado para
solucionar os gargalos passa por aumento de estrutura. Hoje, segundo
a empresa, há 16 Gipes e 13 representações espalhadas pelo país,
alegando dificuldades em ampliar esse contingente para todos os
estados da Federação, por causa de custo muito alto. Para os
representantes do banco, a melhoria do atendimento em saúde poderá
ser alcançada pela adoção de outras alternativas.
Foi
lembrado aos representantes da empresa que a falta de uma gestão
eficiente potencializa os problemas, dado que a questão da saúde
não se resume a equipes, mas também tem a ver com acompanhamento e
negociação.
Combate ao assédio moral – Os
representantes do Comando reivindicaram o fim do assédio moral e
sexual, assim como de todas as formas de violência organizacional,
com a inclusão de punição normativa aos gestores e demais
empregados que comprovadamente pratiquem qualquer forma de violência
moral contra colegas, subordinados e demais pessoas. Os
representantes da empresa se limitaram a dizer que há interesse em
combater o assédio moral ou qualquer tipo de violência ocupacional,
mas não aceitaram as propostas dos bancários.
Afastamento
por problemas de saúde – A Caixa recusou-se a atender a
proposta de incorporação da função, do valor da comissão do
cargo e de Complemento Temporário Variável de Ajustes de Mercado
(CTVA), para empregados que forem obrigados a afastar-se de
determinada atividade em razão de problemas de saúde. Também
esteve em debate a disponibilização ao movimento nacional dos
empregados de dados estatísticos de programas de saúde do
trabalhador, como PCMSO, PPRA e PRO. A Caixa se negou ainda a assumir
compromisso de analisar a reivindicação de custeio do tratamento de
doenças de trabalho, inclusive para aposentados por acidente de
trabalho, negando-se a abarcar terapias alternativas e também
tratamentos psicológicos.
Saúde Caixa – No
tocante ao Saúde Caixa, o Comando defendeu, entre outras medidas, a
utilização do superávit anual para a melhoria do plano, com o
devido aporte de 70% por parte da Caixa. O objetivo, nesse caso, é
melhorar a qualidade dos serviços para ampliar o atendimento. Diante
dessa reivindicação, a Caixa propôs a criação de grupo
específico para discutir os assuntos pertinentes ao plano de saúde,
ficando a mesa de negociações permanentes como instância decisória
dessa questão. Foi lembrado à empresa que, independentemente da
criação de um grupo específico, o debate sobre o Saúde Caixa
precisa fluir com a celeridade necessária.
Metas – No
debate sobre a proibição do uso de mecanismos de competição entre
agências, como concessão de medalhas, ranking e pódio, entre
outras medidas, o Comando cobrou o fim das metas abusivas. Ocorre que
essa situação vem provocando aumento na sobrecarga de trabalho, com
adoecimento dos trabalhadores e precário atendimento à população.
Foi reivindicado, nesse particular, o fim dos processos de
ranqueamento, tanto os casos individuais quanto os relativos a
equipes ou unidades. Em resposta aos questionamentos, a Caixa afirmou
que não estimula o ranking e acrescentou que a distribuição de
metas entre as unidades é feita com base em três pilares: histórico
de venda de produtos, questão de mercado (potencial externo) e
situação interna. Alegou também que os cálculos são técnicos e
a meta cobrada no trimestre nunca é mudada.
Nova rodada –
Os temas pertinentes às condições de trabalho, com destaque
para a discussão sobre jornada e Sistema de Ponto Eletrônico
(Sipon), serão tratados em rodada prevista para a próxima
quinta-feira, dia 23, às 14h, em Brasília.