
A unidade dos servidores federais tem tornado cada vez mais difícil para
o governo ignorar as reivindicações urgentes do funcionalismo público.
Na quinta-feira (9), a categoria deu mais uma mostra da força do
movimento protagonizando outro forte Dia Nacional de Luta.
Em todas as capitais do país houve manifestação de servidores, a maioria
a quase dois meses em greve. O grito de “Negocia, Dilma” vem ganhando
as ruas e cada vez mais adeptos.
Nos últimos dias novas categorias, como a dos policiais federais e
fiscais agropecuários, decretaram paralisação de atividades. Caso o
governo continue sem apresentar uma proposta capaz de atender ao
conjunto do funcionalismo, a tendência é de que a greve geral – uma dos
maiores da história de luta dos servidores – continue a crescer em todo o
Brasil.
Além das marchas que levaram milhares de servidores às ruas em capitais
como Rio de Janeiro, Aracaju, Fortaleza, Goiânia, Belo Horizonte, Porto
Alegre, Manaus, Florianópolis, Salvador – para citar apenas algumas –
servidores do Distrito Federal realizaram ato que marcou também a
entrada no Supremo Tribunal Federal (STF) de uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADIN) organizada pela CUT, Condsef, CNTSS e Anffa
Sindical contra o Decreto nº 7.777/12 que permite a substituição de
servidores grevistas.
Nos próximos dias, as entidades que representam os servidores que
conduzem esse movimento legítimo de greve vão também à OIT (Organização
Internacional do Trabalho) denunciar práticas antisindicais que vêm
sendo adotadas pelo governo da presidenta Dilma Rousseff.
Além disso, as entidades já protocolaram um pedido de reunião com
deputados da Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público. O encontro
deve acontecer na semana do “Acampamento da Greve”. O objetivo é buscar
ações que possam intermediar e destravar as negociações pelo
atendimento das demandas mais urgentes do serviço público.
O Dia Nacional de Luta foi um aquecimento para a próxima semana que
promete ser decisiva na luta dos servidores. Entre os dias 13 e 17 o
Ministério do Planejamento informou que pretende apresentar respostas do
governo à pauta de reivindicações dos servidores.
A expectativa é de que, finalmente, sejam apresentadas propostas capazes
de resolver os conflitos instalados. Para dar força ao movimento e
pressionar o governo, as entidades preparam a reedição do “Acampamento
da Greve”.
Acampamento e marcha para pressionar o governo – O acampamento vai reunir na próxima semana, em Brasília, representantes
dos servidores em greve de todo o Brasil. Na próxima quarta-feira (15),
os servidores protagonizam mais uma grande marcha na Esplanada dos
Ministérios. Todas as atividades e os esforços seguem sendo feitos na
expectativa de que o governo traga para a negociação uma proposta capaz
de atender as reivindicações do conjunto dos federais.
Para isso, a mobilização deve ser reforçada e a pressão da categoria por
respostas do governo às principais reivindicações do setor público deve
ser intensificada.
A orientação da Condsef e do Comando Nacional de Greve continua sendo o
de reforçar a mobilização e a greve nos estados. Orientamos também aos
companheiros que ainda não aderiram à greve, a participar das atividades
ligadas ao movimento de paralisação, especialmente durante a próxima
semana que poderá ser decisiva para a categoria.