A CUT e as demais centrais sindicais brasileiras encerraram nesta
terça-feira (31), em São Paulo, uma oficina preparatória para I
Conferência Nacional do Emprego e Trabalho Decente, que acontece de 8 a
11 de agosto, em Brasília.
Após dois dias de debate, as lideranças dos trabalhadores fecharam
acordo sobre as propostas que unificam a bancada. Para o movimento
sindical, a aprovação de deliberações contra práticas antissindicais e
pela promoção da igualdade são prioridades.
“Não vamos abrir mão de levar até o fim do processo de votação o
compromisso de o Brasil ratificar as convenções 158 (sobre a garantia de
emprego contra a demissão imotivada) – e 189 (garante às domésticas os
mesmos direitos dos demais trabalhadores) da OIT (Organização
Internacional do Trabalho), além da redução da jornada para 40 horas
semanais sem redução de salário”, apontou a secretária da Mulher
Trabalhadora da CUT, Rosane Silva, que representa a Central na
coordenação do encontro ao lado do secretário de Administração e
Finanças, Quintino Severo.
Outro tema de comum acordo que constará no texto a ser discutido em
Brasília é o direito dos trabalhadores decidirem livremente sobre o
financiamento e organização de seus sindicatos.
“Não queremos intervenção do Estado e de empresários sobre nossas
entidades. Temos que ter soberania da assembleia de base para dizermos
como faremos nossa luta”, afirmou Rosane.
A dirigente acredita que a aprovação desses pontos são essenciais para fortalecer o movimento dos trabalhadores.
“Se conseguirmos aprovar essas medidas, que implicam a leis contra
práticas antissindicais e pela organziação no local do trabalho, vamos
começar a pressionar o governo para pensar medidas que alterem a
estrutura sindical brasileira.”
Sem consenso –
Para
compor unidade, questões em que não houve consenso foram excluídas do
texto proposto, como o fim da unicidade sindical e convenção 87 da OIT,
que versa sobre a liberdade e autonomia sindical.
Os temas continuam sendo discutidos em ambientes exclusivos dos trabalhadores, como o Fórum das Centrais Sindicais.
Maior bancada, maior responsabilidade – Delegação com maior número de representantes – são 153 delegados, 43,5%
do total de 354 destinado a cada bancada –, a CUT tem a
responsabilidade de iniciar agora as articulações regionais. E também de
garantir quórum para a aprovação das propostas dos trabalhadores.
“Temos a tarefa de negociar nos estados, com governos e com
representantes da sociedade civil, para ganhar posições. A partir de
agora, finalizaremos nossas estratégias e manteremos contato direto com
nossa base para levar à Brasília todos os delegados. A decisão de cada
um é importante, já que na plenária final as propostas serão aprovadas
ou rejeitadas por 50% mais um”, lembrou Rosane.