Servidores federais cobram do governo abertura dos cofres


Servidores federais de todo o Brasil
protagonizaram nesta terça-feira mais um dia histórico na luta unificada
da categoria pela valorização dos trabalhadores do setor e serviços
públicos de qualidade para a população. Em todas as capitais onde há
servidores em greve houve hoje manifestações que retratam não só a força
da categoria como mostra que os servidores não vão desistir enquanto o
governo da presidenta Dilma Rousseff não apresentar propostas às
reivindicações mais urgentes do setor. Em Brasília (foto), milhares de
servidores em greve marcharam na Esplanada dos Ministérios e fizeram
paradas nos ministérios do Planejamento e Fazenda onde cobraram a
abertura dos cofres não só para banqueiros e o empresariado, mas também
para o atendimento emergencial aos servidores e melhorias e investimento
para o setor público.


No Rio de Janeiro 10 mil servidores foram às ruas cobrar propostas
do governo às demandas da categoria. Em Goiás os servidores fecharam a
BR-153 também em protesto. O mesmo se repetiu em Campo Grande (MS),
Cuiabá (MT), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Manaus (AM),
Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Belém (PA), São Paulo (SP),
Belo Horizonte (MG), em absolutamente todas as capitais do Brasil que
estão com servidores em greve. Esta terça ficará gravada na história de
lutas dos servidores.


Ontem, às vésperas da realização deste Dia Nacional de Luta, o
Ministério do Planejamento anunciou o cancelamento de todas as reuniões
que estavam agendadas com as entidades representativas dos servidores em
greve. Alegando estar dialogando internamente para apresentar soluções
às negociações em curso o Planejamento adiou a apresentação de respostas
para a semana que vai de 13 a 17 de agosto. A decisão colocou os
servidores em estado máximo de alerta já que o Executivo tem só até o
dia 31 de agosto para enviar propostas com previsão orçamentária ao
Congresso Nacional.


Para assegurar as respostas positivas que os servidores tanto
anseiam a orientação da Condsef e do Comando Nacional de Greve continua
sendo a do fortalecimento completo e total da greve. O cancelamento das
reuniões no Planejamento e as incertezas que continuam pairando no
processo de negociações com os servidores fez com que categorias que
ainda não haviam aderido a greve aprovassem a paralisação por tempo
indeterminado que segue cada vez mais forte. Na base da Condsef, mais de
26 categorias em 25 estados e no Distrito Federal estão em greve. E
categorias como a dos professores universitários, técnicos das
universidades, IBGE, entre outros, também seguem firmes na luta pela
valorização dos servidores e serviços públicos.

Só falta vontade política –As tratativas com o
governo não têm sido fáceis. Quando o assunto é buscar soluções para
melhorar a situação do setor público, o governo adota discursos
contraditórios. Enquanto insiste em dizer que o momento é de austeridade
e só apresentou proposta oficial aos docentes – inclusive rejeitada
pela maioria da categoria – o ministério já divulgou um relatório (veja aqui)
com previsões otimistas que apontam economia crescente para o Brasil.
Segundo o Planejamento, a economia brasileira voltou a recuperar o
dinamismo e vem acelerando o crescimento. Para a Condsef e o Comando
Nacional de Greve, mais do que nunca fica claro que o problema do
governo em não atender a pauta de reivindicações urgentes dos servidores
não é financeiro e sim falta de vontade política.


Enquanto promove anúncios frequentes de pacotes de “incentivo” à
indústria, o governo Dilma tem preferido endurecer com os servidores em
greve determinando corte de ponto e publicando decretos
inconstitucionais para substituir servidores na luta do que apresentar
uma proposta que dê conta de solucionar o conflito instalado. Para os
servidores o discurso predominante é o da crise, que não há dinheiro,
mas quando o assunto é atender demandas de minorias privilegiadas sempre
há verba no governo Dilma. Recentemente, o governo anunciou mais um
pacote para o setor automobilístico que concedeu mais de R$2 bilhões em
isenção de impostos ao setor.


Entre 2011 e 2012, o governo concedeu a empresários aproximadamente
R$155 bi em isenção fiscal. Em contrapartida, no mesmo período,
contingenciou das areas sociais mais de R$ 105 bi. Fica claro que o
discurso de austeridade, portanto, aparece apenas quando o diálogo
envolve servidores e serviços públicos.

Mobilização deve ser reforçada – Frente ao cenário
otimista propagado pelo próprio governo, os servidores não entendem o
motivo do discurso de austeridade imperar apenas no diálogo com a
categoria. Por isso, o objetivo de todas as atividades de mobilização
promovidas este ano e que ainda devem ocorrer têm sido chamar atenção do
governo para a necessidade de buscar avanços urgentes nos processos de
negociação. A expectativa dos servidores continua sendo de que avanços
nas negociações sejam alcançados e para isso a mobilização deve ser
reforçada.


Continue acompanhando e participe das atividades em defesa dos
servidores e serviços públicos em seu estado. As ações de mobilização e
novas informações sobre o processo de negociações com o governo seguem
sendo divulgadas aqui em nossa página. Fotos do movimento em todo o
Brasil você acompanha sempre em nossa página institucional no Facebook.
Confira também o quadro atualizado da greve clicando no banner “AGORA É
GREVE” aqui no site.

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