Diretor do Bradesco pode ser indiciado por falta de segurança em agência

O assalto à agência
do Bradesco na UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco),
ocorrido na última sexta-feira, 27, deve inaugurar a terceira etapa
do cerco contra a insegurança nos bancos. Segundo o promotor Ricardo
Coelho, do Ministério Público de Pernambuco, desde junho foi
recomendado à Polícia Civil a responsabilização criminal de
gestores em agências inseguras. A orientação foi acatada pela
Secretaria de Defesa Social e o diretor regional do Bradesco pode ser
o primeiro a ser indiciado.

Segundo a Polícia Civil, o
Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais vai investigar o
caso. Após a conclusão do inquérito, em cerca de 30 dias, a
polícia pode indiciar ou não o superintendente. “A recomendação
do Ministério Público vale para todos os bancos que tiverem cargos
de superintendência local: para os superintendentes da Caixa, Banco
do Brasil, Santander; o diretor regional do Bradesco; ou o gerente
regional do Itaú. É mais uma tentativa de proteger a integridade
dos bancários e clientes”, afirma o secretário de Formação do
Sindicato, João Rufino.

Na primeira etapa da briga para que
os bancos se adequassem à Lei de Segurança Bancária do Recife, as
autuações do Procon-Recife (Procuradoria de Defesa do Consumidor) e
Dircon (Diretoria de Controle Urbano da Prefeitura) já renderam mais
de R$ 15 milhões em multas para os bancos. No entanto, os infratores
recorrem e novas multas continuam se somando a estas. Paralelamente,
houve uma infrutífera tentativa de obter respostas pela negociação.
Mas os bancos se recusaram a assinar um Termo de Ajuste de
Conduta.

A segunda etapa é a das interdições. E a agência
do Bradesco da UFRPE pode ser a sexta a ser interditada pela Dircon.
Até agora, foram fechadas três unidades do Itaú (Encruzilhada,
Hospital Português e Caxangá), uma do Santander (Parnamirim) e uma
do Bradesco (17 de agosto). Esta última, entretanto, apesar dos
protestos do Sindicato, acabou sendo reaberta após acordo entre a
Dircon e o banco.

O assalto – A agência da Universidade
Rural não tinha câmeras, alarme, porta com detector de metais ou
vidros blindados. E um único vigilante fazia a segurança do local.
Os bandidos não chegaram a concluir o assalto, já que a polícia
chegou no momento da investida. Houve troca de tiros e um dos
assaltantes foi morto.

“Faremos uma visita à agência nos
próximos dias. Queremos acompanhar a situação dos trabalhadores e
garantir que eles recebam assistência psicológica”, afirma o
diretor do Sindicato Onésimo Reinaux.

O diretor recomenda,
ainda, que os trabalhadores procurem o Sindicato para emissão da CAT
(Comunicação de Acidente de Trabalho), já que o banco recusa-se a
fazê-lo. Caso, futuramente, o bancário venha a sofrer algum
transtorno psicológico por conta do trauma, o documento vai atestar
que se trata de acidente de trabalho.

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