A Rede Sindical do Santander nas Américas apontou na quinta-feira (26)
como objetivo maior a assinatura de um acordo marco global, durante o
encerramento da 8ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos
Internacionais (BB, Itaú, HSBC, BBVA, Santander e Scotiabank), em
Montevidéu. O evento iniciou na segunda-feira (23) e foi promovido pela
UNI Américas Finanças.
Participaram funcionários do Santander e dirigentes sindicais no Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e México.
Os brasileiros foram representados por Ademir Wiederkehr e Mário Raia
(secretário de imprensa e secretário de relações internacionais da
Contraf-CUT, respectivamente), Rita Berlofa e Maria Rosani (diretoras do
Sindicato dos Bancários de São Paulo) e Rosane Alaby (diretora do
Sindicato dos Bancários de Brasília), além de dois representantes da
Contec.
Também esteve presente o espanhol José Antonio Gracia Guerrero,
responsável pela Secretaria de Ação Sindical, Comunicação e Relações
Internacionais da Federação Espanhola de Serviços (FES), filiada à UGT.
“Foi uma reunião produtiva, significando mais um passo rumo ao
fortalecimento da luta por um acordo marco global, como forma de
garantir direitos básicos para os trabalhadores do Santander em todos os
países onde o banco atua”, destaca Ademir.
Organização e mobilização
-Para alcançar esse objetivo, foi enfatizada a necessidade de fortalecer a
rede sindical. Uma das atividades será a criação de um banco de dados,
buscando sistematizar as melhores práticas nos acordos coletivos nos
países onde o banco atua nas Américas e na Espanha.
As principais lutas que serão desenvolvidas no próximo período visam o
cumprimento da jornada de trabalho, o fim das metas abusivas e mais
contratações. Também será reforçada a campanha de sindicalização e o
combate à terceirização.
Foi aprovado o envio de uma nova carta ao diretor de Relações Laborais
do Santander na Espanha, Juan Gorostidi, propondo negociações para o
acordo marco global, criação de uma coordenadora mundial do Santander e
extensão da declaração conjunta de vendas responsáveis e metas realistas
firmado em outubro de 2011 no âmbito do Comitê de Empresa Europeu do
Santander.
Outra proposta aprovada foi a participação nas assembleias anuais do
Santander em cada país, levando as propostas dos trabalhadores para o
conhecimento dos acionistas do banco. Também será avaliada a viabilidade
de participação na Junta de Acionistas, na Espanha.
Luta contra o calote no Banesprev
– Os participantes decidiram solicitar apoio da UNI e das entidades
sindicais para a campanha de denúncia do calote do Santander nos
participantes do Plano II do Banesprev, no Brasil, uma vez que o banco
se nega a reconhecer a dívida do chamado “serviço passado”. Assim, os
aposentados estão tendo que contribuir e os funcionários da ativa estão
arcando com o pagamento em dobro, enquanto o banco não aporta o que deve
para o saldamento do Plano II.
Apoio aos bancários dos EUA
– Ainda foi solicitado que a UNI tenha como prioridade a organização dos
trabalhadores do ramo financeiro nos Estados Unidos, considerando que
eles representam um terço dos bancários de todo mundo, mas ainda não têm
direito à sindicalização nem negociação coletiva.
Nova reunião da Rede Sindical do Santander será realizada após a
Conferência da UNI Américas Finanças, que ocorre nos dias 1º e 2 de
dezembro, também em Montevidéu.