Santander lucra R$ 1,46 bilhão no 2º trimestre, mas fecha 135 empregos

O Santander Brasil anunciou nesta quinta-feira (26) lucro líquido de R$
1,464 bilhão no segundo trimestre deste ano, queda de 17,1% ante o
primeiro trimestre. Já no primeiro semestre, o ganho foi de R$ 3,230
bilhões, recuo de 4,3% em relação a igual período do ano passado,
conforme o padrão contábil brasileiro (BR Gaap). A filial brasileira
respondeu por 26% do resultado do Santander em todo mundo.

O banco também divulgou o resultado segundo o padrão contábil
internacional, o IFRS. O Santander Brasil apurou lucro líquido
consolidado de R$ 1,459 bilhão no segundo trimestre, o que representa
uma queda de 15,3% diante do primeiro trimestre deste ano. Já o ganho do
primeiro semestre atingiu R$ 3,182 bilhões, um recuo de 4% em relação
ao mesmo período de 2011.

Corte de empregos – Apesar do lucro bilionário, o Santander fechou empregos no Brasil. O
banco cortou 135 vagas no segundo trimestre. No final do primeiro
trimestre, o quadro era de 55.053 funcionários, sendo reduzido agora
para 54.918.

“É injustificável a redução de empregos no Santander, seguindo o mau
exemplo do Itaú, do HSBC e do Bradesco, mostrando também falta de
compromisso com o desenvolvimento do Brasil”, afirma o funcionário do
banco e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

“Apesar do desaquecimento da economia, o país está crescendo e a geração
de empregos precisa ser assumida pelo sistema financeiro como
contrapartida social, contribuindo para incentivar a produção e o
consumo”, destaca.

“Vamos denunciar essa política nefasta à sociedade e intensificar a
mobilização e a luta pelo emprego na Campanha Nacional dos Bancários
deste ano”, aponta o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

Provisões disparam e reduzem lucro

– O resultado foi muito afetado pelas provisões para devedores duvidosos
(PDD), que são feitas para cobrir possíveis perdas com inadimplência e,
como entram na condição de despesa no balanço, acabam por diminuir o
lucro.

As despesas com créditos duvidosos, descontados os valores que foram
recuperados, subiram no primeiro semestre para R$ 6,899 bilhões: alta de
47% em relação às do mesmo período de 2011 e de 23,2% na comparação com
a do primeiro trimestre deste ano.

Já a inadimplência acima de 90 dias subiu para 4,9% em junho, com
aumento de 0,4 ponto percentual no segundo trimestre e de 0,6 ponto
percentual na comparação com a do primeiro semestre do ano passado.

“Enxergamos que a inadimplência pode estar no pico e com possibilidade
de estabilização a partir do terceiro trimestre”, explicou o presidente
do Santander Brasil, Marcial Portela. “É a mesma situação de crédito
apontada pelos nossos concorrentes nos últimos dias”, alegou.

O índice de Basileia do Santander terminou o segundo trimestre em 21,9%, abaixo dos 27% do mesmo período do ano passado.

Lucro mundial cai pela metade

– Já o lucro mundial do Santander caiu pela metade após ter feito baixa
contábil de desvalorizados ativos imobiliários espanhóis, apesar de os
depósitos na Espanha terem saltado durante o período.

O banco espanhol teve lucro líquido de 1,7 bilhão de euros após a baixa
contábil de 2,78 bilhões de euros em ativos imobiliários espanhóis. O
lucro para o período antes das provisões foi de 3 bilhões de euros.

A instituição sofreu menos que outros rivais na Espanha com a crise no
país devido aos seus negócios diversificados no Brasil, México, Polônia e
Reino Unido. A América Latina respondeu por metade do lucro global do
Santander.

Espanha

– O Santander informou que na Espanha teve um lucro líquido de 100 milhões
de euros no segundo trimestre deste ano, queda de quase 93% em
comparação com o 1,39 bilhão de euros apurado no mesmo período do ano
anterior.

Os ganhos foram impactados com provisões contra perdas imobiliárias em
seu mercado doméstico. O Santander reservou 1,304 bilhão de euros para
cobrir perdas em sua exposição ao mercado imobiliário espanhol.


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