Depois de bater recorde em maio, a taxa de inadimplência com atraso há
mais de 90 dias caiu 0,1 ponto percentual em junho, alcançando 5,8%,
informou nesta quinta-feira o Banco Central (BC). O dado de maio, que
antes era de 6%, foi revisado para 5,9%. A taxa média de juros das
operações referenciais também caiu.
Na segunda-feira, o presidente do BC, Alexandre Tombini, já tinha
adiantado que os dados preliminares de junho indicavam “sinais de
redução da inadimplência”, o que contribuiria, segundo ele, para “a
manutenção de uma expansão moderada do crédito”.
A taxa de inadimplência do BC engloba as operações de crédito que são
referenciais para o cálculo da taxa média de juros, o que inclui quase
todo o crédito livre.
A inadimplência caiu 0,1 ponto percentual tanto nos empréstimos e
financiamentos a empresas como para famílias. No segmento de pessoas
jurídicas, o índice de calotes caiu para 4% e no de pessoas físicas,
para 7,8%.
Já a taxa média de juros das operações referenciais de crédito do
sistema financeiro caiu 1,8 ponto percentual entre maio e junho,
atingindo 31,1% ao ano, o menor nível da série histórica calculada pelo
BC, com início em 2000. O governo iniciou em abril uma cruzada pela
redução das tarifas bancárias.
A queda foi puxada pelas operações direcionadas às pessoas físicas, cujo
custo caiu 2,3 pontos percentuais no mês passado, para 36,5% ao ano.
Para as empresas, a média caiu de 25% para 23,8% ao ano.
Os spreads bancários (diferença entre o custo de captação dos bancos e o
juro cobrado dos clientes) caíram de 24,7 pontos percentuais em maio
para 23,2 pontos em junho, também no nível mais baixo da série histórica
do BC. Antes, o menor spread tinha sido registrado em dezembro de 2007
(22,34 pontos).
Nas operações com pessoas físicas, a diferença entre a taxa de captação
dos bancos e a aplicada aos clientes, que era de 30,5 pontos percentuais
em maio, caiu para 28,5 pontos em junho. As empresas, por sua vez,
contrataram crédito com spread de 15,9 pontos em junho, ante 16,8 pontos
no mês anterior.
Maior oferta de crédito novo – A média diária de concessões apurada pelo BC indica que houve aumento da
oferta de crédito novo em junho, pelo menos no que diz respeito aos
recursos de livre aplicação pelos bancos.
Em junho foram concedidos, em média, R$ 10,044 bilhões por dia útil,
volume 6% superior ao do mês anterior. Em maio, houve retração de 2,4%
sobre a média de abril.
O estoque de crédito no Brasil cresceu 1,5% em junho, taxa ligeiramente
abaixo da verificada em maio, quando houve expansão revisada de 1,64%.